Com a necessidade de evitar aglomerações por conta do novo Coronavírus, alguns artistas tiveram que reinventar a forma de se apresentar para seu público, surgindo assim as lives solidárias.
A iniciativa é uma forma de levar diversão e entretenimento para as pessoas durante a quarentena e ao mesmo tempo ajudar indivíduos em situação de vulnerabilidade, além de instituições em todo o Brasil, com arrecadações de diversos tipos.
O destino das doações é geralmente escolhido pelo próprio artista, mas também pode acontecer da escolha partir do doador.
Nas principais plataformas de doação, a arrecadação segue direto para a carteira digital da instituição, no caso de doações em dinheiro.
As entidades podem receber também, alimentos, produtos de higiene pessoal, produtos de limpeza, insumos e equipamentos hospitalares. Tudo irá depender do propósito das lives. As instituições, por sua vez, têm autonomia para decidir de que maneira irão aplicar as arrecadações recebidas.
No caso de doações de materiais, algumas transportadoras também acabam oferecendo seus serviços, como forma de doação para o transporte das arrecadações até o destino escolhido.
Apesar da autonomia que as entidades têm quanto ao destino dos recursos, elas passam por um processo de validação para verificar se as doações recebidas serão utilizadas em causas realmente consistentes.
Lives com recorde de arrecadação
A live com mais arrecadação até agora foi a de Sandy e Junior, que aconteceu em abril, com mais de R$ 1.8 milhão arrecadados e mil e oitenta toneladas de alimentos, garantindo três meses de cestas básicas para cinco mil e quinhentas famílias em todo Brasil.
A atual vice-campeã é a live do projeto “Amigos”, realizada também em abril, que arrecadou 1,7 milhão e contou com a participação de Zezé Di Camargo e Luciano, Leonardo e Chitãozinho e Xororó.
Além do dinheiro e alimentos arrecadados, ambas as lives receberam doações de outros tipos de recursos, inclusive muitos destinados a serviços hospitalares e até testes rápidos para o COVID-19.
Uma grande ajuda em um momento difícil
Uma das grandes funções das lives tem sido ajudar a manter entidades que antes da pandemia sobreviviam de doações. Diante da economia e do entretenimento em condições restritas, muitas dessas instituições perderam algumas de suas fontes de arrecadação.
O Hospital de Amor de Barretos (SP), que oferece tratamento para o câncer é um desses exemplos, já que boa parte das doações que recebia vinha de shows e leilões beneficentes que deixaram de acontecer diante da pandemia.
Só no mês de abril, as lives de artistas arrecadaram aproximadamente R$ 2 milhões em doações para o hospital de Barretos.
Além do Hospital de Amor, que é uma das instituições que mais têm recebido doações de lives até o momento, outras entidades como a Central Única de Favelas (Cufa), Amigos do Bem, entre outras, estão conseguindo manter seu funcionamento graças ao sucesso das lives.
Assim como o público em geral, empresários de diversos ramos da economia estão colaborando com as lives, fortalecendo ainda mais essa corrente pelo bem.
As lives dos artistas são uma excelente alternativa para oferecer ajuda aos mais necessitados nesse momento delicado, mas elas têm servido também para garantir que os cantores e bandas tenham a oportunidade de fazerem o que amam, que é continuar exibindo sua arte ao público que a aprecia.