Quanto mais vulnerável a classe social a qual pertence, maior é a dificuldade do jovem brasileiro em ingressar no mercado de trabalho. Diversos fatores tornam essa tarefa difícil: a ausência de experiência profissional, qualificações insuficientes, falta de orientação e apoio, entre outros fatores.
Devido a tais obstáculos, principalmente os econômicos, muitos se vêm obrigados a trabalhar em empregos informais e a trocar a escola por uma ocupação remunerada em tempo integral.
Entretanto, nos últimos anos diversas iniciativas foram criadas para facilitar o contato do jovem de baixa renda com o seu primeiro emprego, seja por meio de legislações que favorecem essa inserção ou de organizações sem fins lucrativos que desempenham o papel de intermediadoras através de oportunidades para qualificação e encaminhamento para empresas e instituições parceiras.
Veja a seguir como os projetos sociais contribuem para tornar o processo de inserção no mercado de trabalho mais igualitário. Vamos lá!
O papel de viabilizar o ingresso no mercado de trabalho
Em muitas áreas geográficas vulneráveis onde os serviços básicos não chegam integralmente, os projetos sociais não apenas interpõe o jovem e o mercado de trabalho, como viabilizam essa conexão de modo mais amplo.
Assim, os programas de qualificação profissional ofertados por esse tipo de ONG desempenham o papel de promover a cidadania e o empoderamento, principalmente o social, por diferentes frentes.
As particularidades do terceiro setor
As iniciativas para a inserção do jovem no mercado de trabalho empreendidas pelo terceiro setor se diferenciam dos projetos organizados pelo estado e pela iniciativa privada com fins lucrativos por uma série de razões.
As organizações não governamentais funcionam de maneira mais dinâmica e possuem um diálogo maior com o grupo social favorecido pelos projetos desenvolvidos em seus âmbitos.
Além disso, esse ambiente é mais propício ao protagonismo dos jovens, que passam a se organizar de novas maneiras para buscar formas de atender as demandas da sua comunidade.
Já quando se trata das iniciativas promovidas pelo Estado, por meio de legislações, nem sempre se atinge de modo eficiente o público alvo visado. Isso se deve ao fato que outros fatores como a ausência de projetos profissionalizantes, acompanhamento e orientação, marginalização, entre outros, impedem que os jovens que realmente necessitam cheguem a usufruir de tais legislações.
Dessa maneira, apenas uma minoria dos jovens é, de fato, impactada. Se as legislações não levarem em consideração todos as outras necessidades provocadas pelo acesso limitado à saúde, educação e lazer ela não terá o resultado esperado.
A falta de sinergia entre as iniciativas estatais, que buscam atenuar as diferentes vulnerabilidades a que o jovem de baixa renda está sujeito, e o distanciamento entre o poder público e o indivíduo social prejudicam a eficiência das iniciativas do primeiro setor de inserir o jovem no mercado de trabalho.
Por fim, o terceiro setor exerce importante papel de maneira geral no que tange ao atendimento das demandas sociais que o estado negligencia ou não consegue suprir adequadamente.
Além disso, as atividades desempenhadas nesses ambientes também servem como referência para a implementação de políticas públicas que apresentam melhor articulação dos interesses dos grupos sociais envolvidos.