As famílias em vulnerabilidade social compartilham de uma série de características. Estes aspectos distintivos podem variar em grau de expressão e importância na rotina familiar, mas têm em comum sua origem.
Neste contexto, compreender o que origina a vulnerabilidade social é fundamental para entender e identificar as características dessa no ambiente familiar. A seguir, você vai conhecer os motivos para a existência deste problema e as características de uma família em vulnerabilidade social.
O que provoca a vulnerabilidade social
Simplificadamente, pode-se dizer que a vulnerabilidade social é um produto das mais variadas desigualdades sociais. Neste âmbito, destacam-se os fatores financeiros, históricos e culturais como alguns dos mais proeminentes originadores da vulnerabilidade social.
A má distribuição da renda produzida culmina em um reduzido acesso de algumas famílias aos seus direitos básicos. Neste contexto, destaca-se o papel do Estado para a perpetuação da vulnerabilidade social, visto que suas falhas potencializam a vulnerabilidade destas famílias.
Sem acesso por vias financeiras à educação, saúde, transporte e trabalho, cabe ao Estado fornecê-los aos indivíduos com menor renda. No entanto, frequentemente, o Estado falha nesta função, originando um abandono que provoca a vulnerabilidade social destas famílias.
O fator financeiro é facilmente identificável como gerador de vulnerabilidade social, mas é importante ter em mente que o reduzido acesso desta população aos recursos passa por motivações históricas e culturais. Assim, a má distribuição de renda afeta de maneira expressiva grupos que historicamente sofrem de vulnerabilidade social. No caso brasileiro, pode-se destacar a população negra, indígena e rural.
Características de famílias em vulnerabilidade social
Tendo em mente os fatores geradores da vulnerabilidade social, torna-se mais fácil prever as características das famílias que vivem nestas condições. No caso das populações citadas anteriormente, dentre outras que podem se encontrar em vulnerabilidade, nota-se, principalmente no contexto urbano, uma série de aspectos distintivos.
Assim, primeiramente vale destacar que as famílias em situação de vulnerabilidade social caracterizam-se por dispor de moradia inadequada. Por moradia inadequada entende-se uma residência sem fornecimento de água e esgoto apropriados, bem como coleta de lixo (saneamento básico). Além disso, moradias que agrupam mais de dois indivíduos por dormitório também são inadequadas.
Estas condições de moradia são acompanhadas por uma aglomeração que comumente é periférica aos centros urbanos, muitas vezes em propriedades irregulares. Acompanhando este fenômeno, a violência tende a ser maior nas regiões onde residem as famílias em vulnerabilidade social.
O acesso às escolas e programas culturais também é bem mais restrito. Desta forma, famílias em vulnerabilidade social tendem a ser constituídas por indivíduos menos escolarizados. Este fenômeno perpetua o ciclo de vulnerabilidade, por reduzir a capacidade de gerar renda pessoal devido às menores chances de ingresso no mercado de trabalho, principalmente em bons postos. E este fator contribui para o ciclo da violência no contexto de vida destas famílias.
Desta forma, pode-se notar que as características da vulnerabilidade social tendem a se perpetuar ao longo de gerações dentro de uma mesma família. Assim, o acesso a ações de grupos não governamentais é fundamental para que estas tenham algumas de suas necessidades básicas supridas, como educação e cultura, potencializando a saída das condições de vulnerabilidade.