As mulheres entraram no mercado durante a Revolução Industrial. Logo começou a luta de movimentos femininos por melhores condições de trabalho nas fábricas, principalmente, aquelas sediadas nos Estados Unidos e na Europa, onde eram feitas jornadas excessivas em troca de salários ínfimos.
Primeiros protestos
O primeiro grande ato de repúdio a estes abusos aconteceu em maio de 1908, quando uma marcha reuniu 15 mil mulheres em Nova Iorque. As manifestantes exigiam redução na carga de trabalho, aumento de salários e direito ao voto.
Em 1910, foi realizada na Dinamarca a segunda Conferência Internacional de Mulheres Socialistas. Na ocasião, Clara Zetkin, integrante do partido comunista alemão, sugeriu uma jornada anual de manifestações das mulheres por igualdade de direitos. Estava plantada a ideia do Dia Internacional da Mulher.
No ano seguinte, mulheres de países europeus como Alemanha, Áustria, Dinamarca e Suíça traçaram planos para criar uma data simbólica que representasse a unificação da luta por direitos das trabalhadoras pelo mundo.
Mais de um milhão de pessoas – mulheres e homens – participaram ainda em 1911 de comícios em 19 de março para pedir às mulheres benefícios como condições dignas de trabalho e permissão para votar e ocupar cargos públicos.
Desastre em Nova Iorque
Poucos dias depois, em 25 de março do mesmo ano, uma tragédia deixou evidente ao grande público o que já era conhecido há muito tempo pelas operárias. Um incêndio em Nova York, na fábrica Triangle Shirtwaist Company, vitimou 146 mulheres das 500 que trabalhavam no estabelecimento.
A maioria das funcionárias mortas eram imigrantes judias e, algumas delas, tinham apenas 14 anos de idades. O local não possuía equipamentos de combate a incêndios, o sistema de iluminação era a gás e fumar era permitido.
Nos anos seguintes, vários protestos pelo mundo fortaleceram o movimento feminino na luta por melhores empregos, salários adequados e direito ao voto.
Consagração do 8 de março
A pressão das manifestações atingiu o seu auge em 1917 e definiu o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher. Nesta data, 90 mil mulheres protestaram contra o Czar Nicolau II para pedir a redução da miséria no País.
Os atos foram reprimidos com violência pelo governo russo, o que serviu de pretexto para a primeira fase da Revolução Russa. Porém, as russas conquistaram o direito a participar da eleição para composição da Assembleia Constituinte de 1918. O dia 8 de março ficou associado à luta das mulheres.
A oficialização do 8 de março como Dia Internacional da Mulher só aconteceu em 1977 por meio de uma resolução da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Em 1975, os países integrantes da instituição já haviam celebrado o Ano Internacional da Mulher e assinado, em 1945, um acordo internacional que exaltava o direito à igualdade entre mulheres e homens.
Novas frentes de batalhas femininas
Em mais de um século de luta, o movimento feminino conquistou importantes vitórias e ampliou sua pauta de reivindicações. A exigência por melhores condições de trabalho e maiores remunerações continua em primeiro plano.
No entanto, pontos como direito a conciliar maternidade e carreira profissional, e combate ao assédio sexual nas empresas e a batalha por maior representatividade nas empresas ganharam destaques nas últimas décadas.
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