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As Gírias Brasileiras de Ontem e de Hoje: Um Glossário Temporal

A língua portuguesa no Brasil é um organismo vivo, e as gírias são sua prova mais vibrante. Elas funcionam como um termômetro social, capturando o espírito de cada época, seus valores, comportamentos e inovações. Este glossário é uma viagem no tempo pelas expressões que marcaram gerações.

Os Anos 60 e 70: A Era da “Legal” e do “Astronauta”

Na esteira da Jovem Guarda e da Tropicália, a palavra de ordem era “legal”. Algo bom, agradável ou interessante era “bem legal”. Quem estava por fora era “careta”, um termo que definia tudo que era considerado ultrapassado ou conservador. Já quem era descolado e moderno era “desbundado”. Se uma pessoa estava fora da realidade, dizia-se que ela estava “viajando” ou era um “astronauta”.

Os Anos 80 e 90: Do “Maneiro” ao “Sangue Bom”

A década de 80 consolidou “maneiro” (ou “maneiríssimo”) como sinônimo de excelente. Algo muito fácil era “moleza”. Nos anos 90, com a ascensão do pagode e do sertanejo, a vibe era de “sangue bom” – uma pessoa tranquila e confiável. Para elogiar algo, usava-se “massivo”. E se alguém contasse uma história inacreditável, a resposta era um célebre “falou e disse”.

Os Anos 2000: A Chegada da Internet e o “Cês”

A internet começou a acelerar a criação e a disseminação das gírias. “Falou, migo?” era uma despedida irônica. Algo ou alguém desinteressante era “osso”. A gíria “cara” foi abreviada para “cês”, popularizada por personagens da TV. E para definir algo de má qualidade, não havia termo melhor que “zuado”.

A Gíria Contemporânea: A Era das Redes Sociais

Hoje, o ritmo é ainda mais frenético. Palavras como “cringe” (algo vergonhoso ou ultrapassado) e “gatilho” (algo que causa um desconforto emocional) mostram a influência do inglês e da psicologia no cotidiano. “De fato” tornou-se um reforço para concordância, enquanto “brabo” é o novo “maneiro” ou “incrível”. A gíria “lacrou”, originada da cultura ballroom e popularizada no Brasil, significa que alguém fez algo com maestria.

Um Ciclo Eterno

Muitas gírias caem em desuso, mas outras se reinventam. “Mano”, por exemplo, permanece há décadas. Entender essas expressões é decifrar os códigos de cada geração, um registro informal, porém poderoso, da nossa identidade cultural em constante transformação. É a língua se fazendo e refazendo, sempre viva e pulsante.


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