As cantigas de Natal, que também podem ser chamadas de cantigas natalinas, canções de Natal ou canções natalinas, remontam a costumes antigos de culturas cristãs.
Durante séculos e séculos elas vêm ambientando o espírito do Natal, sendo ensinadas às crianças em um ritual de perpetuação cultural que tem como objetivo fortalecer o simbolismo da data.
Presente em corais, igrejas e residências no período do Natal, a celebração do nascimento de Jesus Cristo e a valorização dos princípios cristãos por meio de cantigas é uma das tradições religiosas mais antigas do mundo.
A diversidade cultural
As cantigas de Natal representam apenas um dos diversos elementos que formam essa tradição coletiva, em que diferentes culturas e raízes tiveram influência na sua construção.
Melodias tradicionais natalinas de antigas culturas passaram por adaptações, a partir das particularidades de cada país.
Primeiramente, as cantigas natalinas eram marcadas por ritmos musicais muito simples. Apenas posteriormente outras melodias passaram a ser incorporadas, com a união de mais instrumentos, em um processo de desenvolvimento da tradição.
Muitas ainda são interpretadas regionalmente, nos seus respectivos países.
A tradição popular
Na civilização cristã, os cânticos natalinos não eram os mais populares na sua origem.
Cantos que faziam referência à Páscoa eram mais populares antigamente.
Coube à tradição popular alavancar o gênero musical natalino, não somente na esfera litúrgica, para um patamar de maior produção, alcance e criatividade.
A canção natalina mais antiga
A cantiga de Natal mais antiga registrada pela história da música é “Iesus Refulsit Omnium”, que significa “Jesus, luz de todas as nações”.
Originada no século IV, a sua letra é atribuída ao Santo Hilário de Poitiers, que era então bispo da cidade romana de Pictávio, atual Poitiers, na Gália.
A mais conhecida
A cantiga natalina mais emblemática, porém, talvez seja “Noite Feliz”.
Com o título original de “Stille nacht, heilige nach”, a canção foi escrita pelo sacerdote austríaco Joseph Mohr. Segundo relatos, de forma acidental.
No ano de 1818, o sacerdote percebeu que o órgão da sua paróquia, a capela de São Nicolau, localizada na pequena cidade de Oberndorf, não estava funcionando.
Diante dessa situação, ele optou por escrever um canto que pudesse ser interpretado com violão na missa do galo.
Dessa forma, no Natal de 1818 foi interpretada pela primeira vez “Noite Feliz”, canção que veio a se tornar uma referência do período e com tradução em 330 idiomas.
Jingle Bells (Bate o sino)
Outra canção icônica do período natalino, Jingle Bells foi composta por Pierre Pierpont, em Boston, no ano de 1850.
A origem da música, porém, tinha outro propósito. A intenção inicial era celebrar as corridas de trenó que ocorriam na região.
Somente posteriormente que ela foi aproveitada pelo seu autor em um encontro religioso, sendo incorporada imediatamente às tradições típicas de Natal.
A influência na cultura brasileira
No Brasil, as diferenças de costume características das festas natalinas são o retrato de um país culturalmente diverso.
O Brasil herdou simbologias natalinas de outras culturas, relacionadas a rituais, decorações, vestimentas, comidas típicas e músicas, que influenciaram na formação da cultura natalina nacional.
As influências musicais, por exemplo, são oriundas, sobretudo, da tradição de países europeus predominantemente cristãos.
Além dessas influências históricas, o cancioneiro natalino nacional incorporou referências de célebres canções norte-americanas, que se popularizaram por meio de discos e do cinema.
O país preserva, porém, costumes e músicas originais próprias, característicos do seu folclore.
Entre eles, destaca-se o Pastoril. Considerado um folguedo popular de Natal, ou seja, uma festa popular de espírito lúdico alusiva ao período natalino, o Pastoril é marcado por cantos, danças e declamações de personagens típicos, representando a cena do nascimento do menino Jesus.