Como a integração social é aplicada na nossa sociedade?

O ser humano desde muito tempo convive em sociedade e, portanto, os elementos de socialização atuam na sua formação individual. É por conta disto que estar bem integrado ao meio afeta a sua autoestima e bem-estar. A fim de evitar situações de exclusão devemos entender como a integração social é aplicada na nossa sociedade. Pois devemos reconhecer que existem questões que podem ocasionar contextos excludentes.

Os elementos de ordem econômica são um exemplo neste sentido. Também podem ser causa de afastamento idade, educação, gênero, deficiência e inúmeros preconceitos. As ações afirmativas visam combater este quadro assegurando, especialmente aos menos favorecidos, oportunidades de inclusão. Em resumo, os benefícios da vida em sociedade devem ser garantidos para todos, de forma irrestrita.

Não importando a condição econômica, social e física que possuam. As primeiras fases de socialização ocorrem na infância, o ápice de nosso aprendizado cultural. Afinal, é neste momento que aprendemos língua e escrita, enquanto somos moldados psicológica e afetivamente pelo convívio social. Consequentemente, este é um momento privilegiado para a integração.

Como a integração social é aplicada na nossa sociedade?

Vimos que a integração social tem como maior objetivo permitir que as pessoas tenham acesso aos benefícios da sociedade. Isto significa que ela age como um benefício de caráter potencializador, que ajuda no desenvolvimento individual. Devido a estas características um dos grandes objetivos da prática é a inclusão dos deficientes físicos.

Partindo de tal contexto é fácil notar o caminho trilhado pelas ações de natureza afirmativa. Exemplificando: o trabalho é um dos fatores sociais de maior importância em nossas vidas. É por isto que há ações que buscam dar espaço às pessoas que possuem alguma limitação física no seu dia-a-dia. O que buscamos com isto é minimizar a sua vulnerabilidade.

Se isto responde parte da questão de como a integração social é aplicada na nossa sociedade, não esgota o assunto. Pois devemos ressaltar que a educação também é importante para tornar o indivíduo parte integrante do corpo social. E aqui não nos referimos apenas à educação formal, e sim ao conceito no sentido mais amplo de aquisição de conhecimento. Este pode ser científico, técnico, cultural e artístico.

A inclusão social na rede pública municipal de Betim

Encontramos um exemplo prático de como podemos trabalhar a integração de diferentes formas nos projetos musicais da Sabra. Além da parceria cultural com a Orquestra Sinfônica de Betim, temos o Coral Infantil da Sociedade Artística Brasileira. Ele é formado por aproximadamente 250 crianças em idade escolar.

Para fazer com que a prática seja de fato inclusiva, realizamos um trabalho especial na rede pública municipal de Betim. Alunos da Escola Municipal Raul Saraiva Ribeiro compõem um coral infantil de surdos. Lembrando que o próprio conceito da comunidade surda já tem caráter inclusivo. Pois ele reúne aqueles que partilham de identificação e uma linguagem comum – a libra.

É claro que ao introduzi-los à música podemos levá-los para um terreno onde muito frequentemente a sua entrada é barrada. Os projetos empreendidos visam também dar a mesma oportunidade a cegos e outros portadores de deficiência. Assim é através da arte e da cultura que fortalecemos o bem-estar dos participantes. Este é um dos exemplos que demonstram como a integração social é aplicada na nossa sociedade.

Entenda como a educação pode promover a integração social

A integração social tem vários subtemas. A relação entre a escola e a família é um deles. O papel do estado para a promoção do bem-estar das classes marginalizadas é outro. Também podemos citar o acesso ao trabalho como ponto central da integração social. Parece claro que a educação é extremamente central em todos esses subtemas.

Tão claro, de fato, que os países membros da ONU (Organização das Nações Unidas) que assinaram a Declaração Universal Direitos da Criança assumiram a obrigação de fazer da educação um veículo para a integração social.

Por isso, o artigo a seguir pretende examinar com mais detalhes como a educação pode promover a integração social de crianças e adolescente que, de alguma forma, estão excluídas do convívio produtivo comum.

Entendendo a relação entre educação e integração social

O tema da integração social através da educação é central no trabalho dos pesquisadores Rachna Khare e Abir Mullick, que estabeleceram 18 princípios que eles consideram essenciais para a inclusão social direcionada para crianças e adolescentes com necessidades especiais. Dois se destacam:

1 – “Criar possibilidades de participação na comunidade (compras, uso de transporte público etc.) e o desenvolvimento das habilidades necessárias”.

2 – “A segregação de crianças com necessidades especiais é moralmente injustificável; promove isolamento, alienação e exclusão social. As crianças devem ter oportunidades no ambiente educacional para interagir com colegas fisicamente capazes.”

Explicitamente, a ambição de melhorar a integração social é uma consideração importante. A observação de Khare e Mullick sobre a injustiça moral da segregação também está na raiz das leis brasileiras de inclusão educacional, que exige a matrícula regular de crianças com necessidades diferenciadas em escolas regulares.

Existe uma tendência de tentar desenvolver promoção social através da educação pela simples inserção de indivíduos com limitações no sistema escolar sem que as escolas e que os profissionais estejam preparados para essa tarefa.

No entanto, a integração vai além de aceitação social. É um conceito que abrange todos os aspectos da vida em comunidade, da cidadania, da saúde, da autoimagem, entre outros aspectos igualmente importantes.

Exatamente por isso, trabalhos de integração social efetivos são tão importantes e significativos para as crianças e adolescentes que estão à margem.

Inclusão na prática

A SABRA – Sociedade Artística Brasileira tem um verdadeiro legado de promoção da integração social para a cidade mineira de Betim. Os projetos institucionais desenvolvidos pela organização aproximam alunos surdos de rede pública municipal de Betim através da música através de ações planejadas, contínuas, permanentes e gratuitas.

Essas ações proporcionam a inclusão e a integração social de crianças e adolescentes portadores de algum tipo de deficiência (física, visual, auditiva ou intelectual) através da arte e da cultura. Além disso, apoia crianças, adolescentes, jovens e famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade com projetos de grande relevância para a comunidade de Betim.

Por tudo isso, a SABRA pode se orgulhar de ter um trabalho que faz a diferença nas vidas das famílias tocadas por esses projetos tão importantes. Com essas iniciativas, a cria um ambiente de aceitação e auxilia esses estudantes a conquistarem um futuro mais promissor.

Como funciona o processo de interação social entre humano e sociedade?

Um dos processos mais amplamente estudados, especialmente pela Sociologia, é a interação social entre o ser humano e a sociedade. Essa é uma relação de interdependência, afinal, o homem não tem como sobreviver sem estar em sociedade e ela também depende desses agentes sociais para existir. Mas essa simbiose nem sempre é positiva e muitas vezes leva à exclusão.

A seguir, vamos discutir como acontece essa interação a partir das perspectivas de diferentes estudiosos.

As classes sociais de Marx

O alemão Karl Marx comentava que na pré-história o homem primitivo já se diferenciava dos animais pela forma como se relacionava com o espaço. A partir do momento em que ele caçava para garantir a subsistência e criava ferramentas para ter mais vantagens sobre a caça ou para facilitar atividades rotineiras, ele começa a construir o grupo social com os outros que viviam de forma semelhante.

Para Marx, a interação social entre o ser humano e a sociedade, a partir da consolidação do capitalismo, se dá dentro das classes de cada um. O operário, que vende sua força de trabalho, relaciona-se com o empresário, que a compra. E essa relação tem como pano de fundo a sociedade, sendo intermediada pelo Estado que cria leis em torno dela.

Por isso, para esse estudioso, compreender a vida social depende do entendimento da luta entre as classes.

A sociedade sobre o indivíduo de Durkheim

Émile Durkheim já tinha uma visão diferente, entendendo que a sociedade prevalece sobre o indivíduo, uma vez que ele vive seguindo as normas impostas por ela. Essas regras e costumes estão tão enraizadas que não dependem mais do indivíduo para existirem. E graças e elas, surgem as instituições, como a família, a escola e o Estado, por exemplo.

Para Durkheim, as instituições são a base da sociedade. Segundo ele, o entendimento da interação social não deve se dar com base em lutas e divergências, mas sim na coesão entre os indivíduos e deles com as instituições. Para ele, conflitos são considerados como doenças, decorrentes da falta de normatização suficiente das relações sociais.

O protagonismo do indivíduo de Weber

Outra perspectiva diferente é a de Max Weber, que centrava seus estudos no indivíduo. Segundo ele, a sociedade não estaria acima das pessoas, mas é justamente o conjunto de suas ações. Ele traz o conceito de ação social, que são os atos de comunicação e relacionamento dos indivíduos em relação ao outro.

Independente da perspectiva, a vida em sociedade nunca é igualitária para todos. Algumas pessoas têm mais voz na sociedade e moldam as instituições, normas e costumes, marginalizando os grupos que não a têm. Por isso, nós queremos mudar esse cenário e contribuir com o conceito de integração social, fazendo com que, um dia, ele seja a base dessa interação.

Uma das formas pelas quais fazemos isso é com o nosso trabalho de inclusão de alunos surdos da rede municipal de Betim. Por meio da educação e da cultura, queremos garantir a eles o direito de participar ativamente da construção da sociedade.