Há um ditado que diz que “o trabalho dignifica o homem” e ele realmente é verdadeiro. Além de garantir condições de sobrevivência por meio do salário, exercer uma profissão é uma forma de obter realização pessoal, sentir-se útil e desenvolver o convívio social. Por isso, nada mais justo do que ser um direito de todos. Saiba mais sobre a integração social do trabalho, com foco nas pessoas com deficiência (PcD).
Integração da pessoa com deficiência às empresas: bases legais
Entre as políticas públicas formuladas para promover a integração social das pessoas portadoras de deficiência está a promulgação da Lei de Cotas para PCD, a Lei 8.213, em 1991. De acordo com ela, todas as empresas com 100 funcionários ou mais, são obrigadas a contratar colaboradores portadores de necessidades especiais, dentro das seguintes proporções:
De 100 a 200 funcionários: pelo menos 2% das vagas;
De 201 a 500 funcionários: pelo menos 3% das vagas;
De 501 a 1000 funcionários: pelo menos 4% das vagas;
A partir de 1001 funcionários: pelo menos 5% das vagas.
O objetivo da lei, desde o início, foi criar oportunidades de trabalho para essas pessoas que historicamente sempre foram marginalizadas. Infelizmente, sem essa obrigatoriedade legal, eram poucas as empresas que absorviam colaboradores com deficiência.
Quais deficiências se enquadram?
Essa é uma dúvida bastante comum, mas a lei integra pessoas com deficiência física, sensorial, intelectual e mental, ou seja: cegueira ou acuidade visual inferior a 0,05; surdez total ou parcial; visão monocular; deficiências físicas como paraplegia, triplegia, nanismo e outras; deficiência intelectual diagnosticada antes dos 18 anos de idade.
Também se consideram indivíduos com deficiências múltiplas.
Quais são os principais desafios para a integração social no trabalho?
Apesar da determinação legal, nem todas as empresas empregam a quantidade correta de funcionários com essas limitações. Inclusive, de acordo com a pesquisa “Expectativas e Percepções sobre o Mercado de Trabalho para PcDs”, divulgada em 2018, apenas pouco mais de 30% das pessoas com deficiência conhecem a fundo a Lei de Cotas e seus direitos.
E embora entre 2012 e 2017 tenha havido um aumento de 20% na participação desses profissionais no mercado, de acordo com o Ministério do Trabalho, as empresas ainda têm dificuldades para preencher as cotas.
Os motivos são muitos: a falta de entendimento pleno sobre como capacitar as pessoas para o exercício de suas funções, a dificuldade em proporcionar a integração com a equipe, a necessidade de adaptar a estrutura da empresa para que ela seja mais inclusiva. E além de tudo isso: é preciso conectar o profissional ao empregador.
Esse trabalho de conduzir pessoas de grupos marginalizados para o mercado é realizado por organizações como a nossa. Realizamos um trabalho sério de integração social em Betim, com pessoas portadoras de deficiência auditiva e outras condições que muitas vezes as colocam em desvantagem.
Não basta que exista uma lei, é preciso incentivar e ajudar as empresas nesse processo e fomentar projetos como os nossos, que fazem a ponte entre as pessoas com deficiência que estão em busca de uma oportunidade de trabalho e os empregadores que podem abrir suas portas.