Saiba como a música pode promover a integração social nos jovens

A integração social ganha importância devido ao seu papel decisivo na formação de jovens e adolescentes aptos a exercer a cidadania e se inserirem plenamente na sociedade.

As iniciativas que buscam promover a integração social existem porque o acesso aos serviços básicos, incluindo os bens culturais e o lazer, não são distribuídos uniformemente entre os cidadãos.

Assim, há grupos que concentram maiores recursos enquanto outros permanecem marginalizados devido à limitação do alcance cultural e ao não atendimento das necessidades básicas.

Por isso, diversos projetos sociais buscam diminuir essa distância entre determinados indivíduos e a cultura em suas mais diversas formas de manifestação. Uma dessas iniciativas é o oferecimento de aulas para a aprendizagem de um instrumento musical.

Saiba a seguir como a música pode promover a integração social de jovens e adolescente. Vamos lá!

O valor pessoal da música

O processo de aprender a tocar um instrumento musical é uma excelente ferramenta de integração por diversos motivos. Em uma perspectiva mais subjetiva a música também é uma linguagem, uma forma de expressão e comunicação.

Estender as formas de comunicação e expressão a que uma pessoa tem acesso contribui para elevar a sua autoestima enquanto individuo, pois amplia o seu repertório cultural.

Além disso, a música, de maneira natural, desperta a sensibilidade emocional e a expressão criativa.

Benefícios cognitivos

Já sob o ângulo do desenvolvimento pessoal, uma pesquisa comprovou que a música aguça a concentração.

Assim, quem faz aulas de música, independentemente do instrumento escolhido, adquiri, com o tempo, a capacidade de se concentrar por longos períodos, habilidade que é estendida para todas as outras áreas e que facilita o aprendizado em seu sentido mais amplo.

O aprendizado da música estimula, simultaneamente, várias áreas do cérebro que estão envolvidas em processos complexos de pensamento.

O treinamento para combinar diferentes notas em determinados momentos, o espaçamento temporal e os diferentes timbres que são aprendidos são similares às complexidades cerebrais envolvidas na resolução de problemas matemáticos, por exemplo. Assim, os benefícios cognitivos são diversos.

Autoestima e bem-estar

Ademais, a música, quer seja apenas ouvida ou praticada, está relacionada à liberação de hormônios de bem-estar no cérebro. Então, a prática de um instrumento musical é também uma rica experiência cinestésica.

As possibilidades da música

A prática da música não apenas convida o jovem a transitar em um novo espaço como a conhecer as possibilidades que essa oportunidade traz consigo: a participação em apresentações, competições e festivais, por exemplo.

Além disso, surge o contato com outras instituições de ensino que ofertam bolsas de estudos para levar a aprendizagem ao nível profissional, ou seja, a chance de construir uma carreira na música.

As atividades envolvidas com o aprendizado da música preenchem muitas lacunas psicológicas e emocionais que podem existir em jovens que, talvez, não tenha acesso a formas de cultura e lazer.

É uma forma de emponderamento cultural e social, pois permite a expressão e a criação de uma forma de cultura própria e o acesso a oportunidades que antes não seriam consideradas ou estariam disponíveis.

Como a educação contribui com o desenvolvimento pessoal dos jovens e adolescentes?

A educação é um dos mais importantes pilares da soberania nacional e do ideal de progresso em todos os níveis de uma sociedade. Entretanto, no contexto particular de cada indivíduo a educação também desempenha um papel essencial devido ao ser caráter emancipatório, por isso é fundamental para o desenvolvimento pessoal de jovens e adolescentes.

No universo individual de cada jovem, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade socioeconômica, a educação é um fator decisivo para a melhoria da sua qualidade de vida e dos que fazem parte do seu grupo familiar. Na prática, é o único e mais viável caminho para o desenvolvimento das competências pessoais necessárias à sua realização pessoal e profissional.

Além disso, a educação equipa o indivíduo com ferramentas que lhe permitem reivindicar espaços, direitos e melhorias, em resumo, expor as suas demandas, ampliar a representatividade nos mais diversos espaços coletivos e se integrar de forma ideal na sociedade.

A educação ganha importância vital no contexto particular de jovens e adolescentes pois, por meio dela, é possível que cada um transforme a sua própria realidade social e assuma o protagonismo das suas vidas e das suas comunidades.

Desenvolvimento pessoal em ambientes de aprendizagem

Um ambiente pedagógico, seja qual for a disciplina foco do seu ensino, oferece para o jovem e adolescente a oportunidade de descobrir talentos e inclinações e desenvolver interesse por determinadas áreas e carreiras. Dessa vivência surgem novas perspectivas, enriquecimento e ampliação da sua visão de mundo que potencializam o desenvolvimento pessoal.

Na subjetividade individual a educação tem o potencial de elevar a autoestima, quando o jovem está inserido em um ambiente que respeita sua forma particular de aprendizado ou aborda algum talento e interesse subjacente, pois a sua autopercepção se altera e ele passa a se vê como individuo responsável por si mesmo e pelo próprio processo de aprendizado. Como resultado adquire e desenvolve a autonomia.

Portanto, o desenvolvimento pessoal depende da educação para ser iniciado e levado a um nível em que dê frutos para o indivíduo, sejam eles relacionados à carreira profissional ou em uma esfera mais subjetiva e pessoal.

Além disso, depende das oportunidades encontradas em ambientes que promovem o aprendizado e a aquisição de informações, contribuindo para o empoderamento social e pessoal de cada um dos envolvidos.

Entretanto, como nem todos têm acesso à essas oportunidades e o estado falha em promover condições e recursos educacionais para todos, provocando um desnivelamento considerável, a existência de outras iniciativas, especialmente as do terceiro setor, buscam atenuar essa realidade e contribuir de alguma forma para o desenvolvimento pessoal e profissional desses indivíduos.

Segundo Nelson Mandela, Nobel da paz: “A educação é o grande motor do desenvolvimento pessoal. É através dela que a filha de um camponês se torna médica, que o filho do mineiro pode chegar à chefia da mina (…)”. O desenvolvimento pessoal depende do acesso igualitário à educação.

Assim, nenhuma sociedade que dificulta aos seus cidadãos acessar à educação em seus diferentes níveis promove, verdadeiramente, oportunidades para o desenvolvimento pessoal de todos os seus cidadãos.

Indicadores sociais: Saiba como e quando eles são utilizados

Os indicadores sociais são dados que buscam quantificar para fins de análise, pesquisa, implementação e acompanhamento de projetos, os mais diversos contextos da realidade social.

Com eles é possível identificar um conjunto de fatores que envolve determinada área geográfica ou grupo social para indicar problemas e demandas sociais dos mais diversos tipos.

Além disso, também são utilizados para acompanhar a implementação de políticas públicas que buscam atenuar essas questões, de forma a garantir que os objetivos sejam atingidos e que os resultados que estão sendo gerados causem, de fato, o impacto esperado em cada contexto.

Os indicadores sociais são importantes recursos para apontar irregularidades e deficiências nos serviços que deveriam, na teoria, ser responsabilidade do estado, mas que por uma combinação de fatores acabam por não serem implementados em sua totalidade, gerando desigualdade entre uma área geográfica e outra.

Além disso, as mais diversas conjunturas que podem provocar situações de vulnerabilidade social costumam se sobrepor. Por isso, quando uma área geográfica apresenta altos índices de criminalidade, por exemplo, os índices de educação, saúde, saneamento básico e segurança costumam corroborar para a vulnerabilidade dos habitantes daquela região.

Por causa disso, os indicadores sociais podem fornecer dados concretos que servirão aos mais diversos propósitos, seja em uma pesquisa acadêmica ou na criação de políticas públicas que busquem atingir o cerne das questões educacionais, culturais e econômicas que envolvem os problemas enfrentados pela população local.

A partir da sistematização dos dados coletados as autoridades ou o terceiro setor podem pensar em diferentes soluções para resolver os problemas identificados. Quase sempre esse tipo de implementação, especialmente as iniciativas governamentais, envolve ações em diferentes frentes, pois como já foi citado anteriormente, as situações de vulnerabilidade social se sobrepõem.

Ademais, os indicativos sociais são uma forma de manter a transparência sobre o emprego de recursos e seus resultados. Os dados gerados, tanto em casos de alto impacto quanto de menor impacto, podem ser úteis para gerar aprendizado, apontar reajustes e novas perspectivas sociais e até servir de exemplo para a aplicação em outros cenários similares, já que as informações geradas são de interesse público.

No campo acadêmico os indicadores sociais intermediam as teorias estudadas e a realidade social, servindo de instrumento para testar a sua veracidade e identificar as particularidades de cada cenário em relação às referências internacionais ou de década passadas, por exemplo, entre outras.

Para exemplificar, alguns dos mais conhecidos sistemas de indicadores sociais são o HABITAT, o OCDE, e os estudados e divulgados periodicamente numa perspectiva mundial das Nações Unidas.

Os indicadores sociais são recursos sistemáticos para análise da realidade social. O processo de implementação de projetos sociais e políticas públicas é um ciclo em que, primeiro se identifica problemas da realidade social, coleta-se dados para confirmá-los e analisá-los sob diferentes ângulos e, por fim, gerar diferentes indicadores que servirão para apoiar a implementação de medidas que resolvam tais problemas.

Após a implementação, o mesmo processo se repete, novos dados são coletados para confirmar o impacto que as medidas adotadas devem gerar, identificar lacunas e outras questões que podem interferir na eficácia das soluções propostas.