Evolução sociocultural: quais são as principais etapas?

A evolução sociocultural trata do desenvolvimento de uma ou mais culturas, de formas mais simples para mais complexas. O assunto pode ser visto como um fenômeno unilinear que descreve a evolução do comportamento humano como um todo, ou pode ser visto como um fenômeno multilinear, caso em que descreve a evolução de culturas ou sociedades individuais (ou de determinadas partes de uma cultura ou sociedade).

A evolução unilinear foi um conceito importante no campo emergente da antropologia durante os séculos 18 e 19, mas se tornou irrelevante no início do século 20, dando lugar à teoria da evolução multilinear.

Os estudiosos começaram a propagar as teorias da evolução cultural multilinear nos anos 1930, e essas perspectivas neoevolucionistas continuam, em várias formas, a enquadrar grande parte das pesquisas realizadas em antropologia física e arqueologia em seus estudos sobre a evolução sociocultural dos povos.

Com isso em mente, preparamos o artigo a seguir para explicar melhor sobre as principais etapas da evolução sociocultural. O conteúdo está dividido entre as teorias unilinear e multilinear para que você tenha uma compreensão ampla sobre as subdivisões de cada uma das perspectivas.

Boa leitura!

Teoria Unilinear

A Era do Descobrimento introduziu os europeus dos séculos XV e XVI a uma ampla variedade de culturas consideradas como primitivas. Quase imediatamente, os intelectuais europeus começaram a se esforçar para explicar como e por que a condição humana se tornara tão diversa.

A noção iluminista de que havia, de fato, uma “ordem natural” derivada dos antigos filósofos gregos — uma visão na qual o mundo é visto como completo, ordenado e suscetível à análise sistemática — enfatizou a categorização e logo produziu várias tipologias que descreviam uma série de estágios fixos de evolução cultural.

Essa abordagem etnocêntrica explica a teoria unilinear e descreve sete estágios da evolução sociocultural: selvageria inferior, média e superior; barbarismo inferior, médio e superior; e civilização. Esses conceitos se tornaram a base para desenvolvimentos posteriores em antropologia, mas, no entanto, a evolução cultural unilinear como um todo não mais tem credibilidade no campo.

Teoria Multilinear

Uma reação generalizada contra amplas generalizações sobre a cultura começou no final do século 19 nos Estados Unidos e um pouco mais tarde na Europa. Teorias e descrições de estágios hipotéticos de evolução em geral, e de evolução unilinear especificamente, foram fortemente criticadas como racistas; em vez de presumir que alguns povos eram mais evoluídos do que outros, a nova tendência era considerar todas as culturas como únicas no tempo e no lugar. Nos Estados Unidos esse movimento, conhecido como particularismo cultural, foi liderado pelo antropólogo alemão Franz Boas.

Em meados do século, no entanto, vários antropólogos americanos, incluindo Leslie A. White, Julian H. Steward, Marshall D. Sahlins e Elman R. Service, haviam revivido discussões teóricas sobre mudanças culturais ao longo do tempo. Eles rejeitaram completamente os estágios universais, em vez de conceituar a evolução cultural como “multilinear” — isto é, como um processo que consiste em vários caminhos avançados de diferentes estilos e comprimentos.

Eles postularam que enquanto nenhuma mudança evolutiva específica é experimentada universalmente por todas as culturas, as sociedades humanas geralmente evoluem ou progridem. Em outras palavras, seria impossível classificar etapas ou estágios únicos que englobassem todas as civilizações em todos os tempos.

Dança e inclusão social: conheça os benefícios dessa relação

De todas as manifestações artísticas que existem a dança é sem dúvida a mais praticada. Mesmo sem a pessoa perceber, se movimentar acompanhando o som é uma das expressões mais eficazes de como aquela situação traz benefícios emocionalmente e fisicamente. Uma atividade democrática que pode ser praticada por quem desejar.

Os benefícios da dança

Investir em dança é uma forma de melhorar diversos pontos em sua vida. E isso que faz com que a dança e a inclusão social sejam a combinação perfeita. Para começar, a dança tem grande papel no desenvolvimento do autoconhecimento. Isso é essencial para tudo na vida e deve ser uma das maiores preocupações das pessoas. Há ainda as habilidades físicas decorrentes disso, como uma maior consciência corporal, musculatura fortalecida e ainda favorece a postura.

Investir em dança também proporciona mais agilidade de se locomover. Para portadores de necessidades especiais, isso é um grande ponto para sua qualidade de vida. Através disso, essas pessoas aumentam o equilíbrio do tronco e também a resistência corporal. Isso tudo reflete ainda no coração de diversas maneiras.

Na parte física, aumenta a circulação sanguínea assim como a capacidade respiratória. Na parte emocional, contribui para melhorar a autoestima e por se tratar de uma atividade que a pessoa gosta, a mesma se sente bem e feliz. Outra vantagem em unir dança e inclusão social está nos aprendizados. A percepção musical é estimulada e esse ensinamento pode refletir nas atividades cotidianas além da dança.

Isso sem falar na saúde física e mental, que se tornam muito melhores com a dança. E ainda se torna a possibilidade de ter um futuro melhor. Pessoas em situações sociais vulneráveis ou econômicas olham a dança uma chance de ter uma carreira artística de sucesso, tendo assim a liberdade financeira.

Trata-se também de um grande integrador, pois através dessa atividade há a conexão de diversas pessoas com uma mesma paixão. Durante a dança é possível promover a cidadania e ainda reafirma a liberdade de expressão. A atividade permite ainda que haja uma quebra em preconceitos e paradigmas que muitas pessoas têm, contribuindo para um melhor desenvolvimento humano.

Alta capacidade de ser bem aceita

Outra vantagem da dança é a sua alta capacidade de implementação. É possível oferecer aulas gratuitas de dança, com profissionais qualificados e ainda numa estrutura apropriada, dependendo da modalidade. Algumas exigem certas adaptações, como o balé. Basta que o local atenda essas especificações para proporcionar mais desempenho nas aulas.

Tem o trabalho em equipe, uma vez que muitas apresentações são em conjunto. Essa relação com pessoas é ótima para estimular um bom convívio, aumentando o relacionamento interpessoal. Tudo isso reflete não só em um ponto da vida, mas em várias áreas e etapas. Podemos ter, inclusive, aprendizados que ainda estão presentes durante toda a vida.

Que a dança traz diversos benefícios isso ninguém duvida. Sendo praticada com constância é possível aumentar ainda mais esses benefícios. Trata-se de uma melhoria contínua, sempre associada à paixão pela dança. Envolve amor, disciplina e criatividade. Uma maneira incrível de se expressar para o mundo. Seja qual for a sua atividade, comece hoje a trilhar os primeiros passos.

Saiba como você pode contribuir com a inclusão de pessoas surdas

Para falar da inclusão de pessoas surdas as primeiras palavras fundamentais são Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Sim, se você deseja contribuir com a inclusão de pessoas surdas, o primeiro passo é aprender a língua brasileira de sinais, que é a língua deles. Só assim você conseguirá se comunicar com a maioria dos surdos.

Depois disso, é necessário lutar pela inclusão da língua destas pessoas nos mais diversos espaços públicos – já existem leis garantindo esse direito, porém ainda não vemos isso com frequência na nossa realidade. A tendência é que surdos fiquem isolados em comunidades de surdos, tendo pouco êxito quando precisam sair delas e interagir com ouvintes.

Neste texto, vamos examinar melhor alguns pontos importantes sobre a inclusão de pessoas surdas. Continue lendo!

Diferenças entre LIBRAS e Português

Não somos habituados a pensar sobre isso, mas LIBRAS e Português são línguas bastante diferentes entre si. Enquanto que o Português é uma língua oral, a LIBRAS, inteiramente visual, tem sua gramática constituída de gestos e expressões corporais e faciais. Ela é expressão do jeito do surdo compreender o mundo: a visão é seu sentido mais importante, enquanto que nos ouvintes ela disputa essa importância com a audição, que engendra a oralidade.

Como aprendemos muita coisa só de ouvido, é difícil para quem é ouvinte entender as dificuldades da pessoa surda, que não reage a certos estímulos como o barulho da campainha, do telefone ou do grito de alguém, nem compreende o que alguém fala para ela.

Aí está por que muitos surdos não conseguem aprender português: a maioria deles não foi estimulada desde cedo, gerando um grande atraso na aquisição da linguagem, da habilidade de se comunicar e de muitas informações fornecidas pelo ambiente. Assim, muitas dessas pessoas também não foram preparadas desde cedo para comunicar as próprias necessidades, mesmo em LIBRAS.

Portanto, é importante desfazer o mito da pessoa surda como incapaz ou menos capaz de aprender – se for corretamente estimulada, visualmente, a maioria delas se sairá muito bem nessa tarefa, e conseguirá lutar pelo seu lugar no mundo como qualquer um de nós.

Outro mito a ser esclarecido é que nem todo surdo é mudo – por não ouvirem sons, elas simplesmente não desenvolveram a fala, mas nada em seu aparelho fonador impede isso. Portanto, o termo “surdo-mudo” para se referir a elas não é adequado.

Como ajudar o surdo

1. Procure conversar tanto quanto possa com seu amigo surdo, mesmo que só saiba LIBRAS num nível básico – você e ele estarão treinando habilidades de comunicação, e você dará a ele chance de mostrar sua visão de mundo, necessidades, desejos e personalidade, o que é essencial para a criação de autoconfiança nele;

2. Estimule a participação dele em grupos de surdos. Ele estará entre iguais, que têm a LIBRAS como primeira língua, o que também ajudará na autoconfiança dele;

3. Sempre peça a presença de um intérprete e tradutor em eventos, palestras, escolas e universidades;

4. Observe se a escola em que você vai matricular seu filho tem surdos ocupando diferentes cargos, para que em diferentes níveis se compreenda como ele vê o mundo;

5. Busque sempre recursos que integrem LIBRAS e Português, como livros, sites, materiais didáticos, jogos, etc. Eles ainda não são muito fáceis de encontrar, mas existem!

6. Estude a Lei n. 10.436/2002 (reconhecimento da LIBRAS como língua oficial dos surdos), o Decreto Federal n. 5625/2005 (que regulamenta a lei anterior), a Lei n. 12.319 de 2010 (regulamentação da profissão de intérprete e tradutor de LIBRAS) e a lei n. 10.098/2000 (normas e critérios para garantia da acessibilidade) para conhecer os direitos dos surdos.