Um dos processos mais amplamente estudados, especialmente pela Sociologia, é a interação social entre o ser humano e a sociedade. Essa é uma relação de interdependência, afinal, o homem não tem como sobreviver sem estar em sociedade e ela também depende desses agentes sociais para existir. Mas essa simbiose nem sempre é positiva e muitas vezes leva à exclusão.
A seguir, vamos discutir como acontece essa interação a partir das perspectivas de diferentes estudiosos.
As classes sociais de Marx
O alemão Karl Marx comentava que na pré-história o homem primitivo já se diferenciava dos animais pela forma como se relacionava com o espaço. A partir do momento em que ele caçava para garantir a subsistência e criava ferramentas para ter mais vantagens sobre a caça ou para facilitar atividades rotineiras, ele começa a construir o grupo social com os outros que viviam de forma semelhante.
Para Marx, a interação social entre o ser humano e a sociedade, a partir da consolidação do capitalismo, se dá dentro das classes de cada um. O operário, que vende sua força de trabalho, relaciona-se com o empresário, que a compra. E essa relação tem como pano de fundo a sociedade, sendo intermediada pelo Estado que cria leis em torno dela.
Por isso, para esse estudioso, compreender a vida social depende do entendimento da luta entre as classes.
A sociedade sobre o indivíduo de Durkheim
Émile Durkheim já tinha uma visão diferente, entendendo que a sociedade prevalece sobre o indivíduo, uma vez que ele vive seguindo as normas impostas por ela. Essas regras e costumes estão tão enraizadas que não dependem mais do indivíduo para existirem. E graças e elas, surgem as instituições, como a família, a escola e o Estado, por exemplo.
Para Durkheim, as instituições são a base da sociedade. Segundo ele, o entendimento da interação social não deve se dar com base em lutas e divergências, mas sim na coesão entre os indivíduos e deles com as instituições. Para ele, conflitos são considerados como doenças, decorrentes da falta de normatização suficiente das relações sociais.
O protagonismo do indivíduo de Weber
Outra perspectiva diferente é a de Max Weber, que centrava seus estudos no indivíduo. Segundo ele, a sociedade não estaria acima das pessoas, mas é justamente o conjunto de suas ações. Ele traz o conceito de ação social, que são os atos de comunicação e relacionamento dos indivíduos em relação ao outro.
Independente da perspectiva, a vida em sociedade nunca é igualitária para todos. Algumas pessoas têm mais voz na sociedade e moldam as instituições, normas e costumes, marginalizando os grupos que não a têm. Por isso, nós queremos mudar esse cenário e contribuir com o conceito de integração social, fazendo com que, um dia, ele seja a base dessa interação.
Uma das formas pelas quais fazemos isso é com o nosso trabalho de inclusão de alunos surdos da rede municipal de Betim. Por meio da educação e da cultura, queremos garantir a eles o direito de participar ativamente da construção da sociedade.