Entenda a importância das relações sociais para a vida das crianças

Todos nós nascemos como uma página em branco, inseridos em um universo desconhecido e que aos poucos deve ser desbravado. Através das relações sociais temos as bases para entender quem somos e também para compreender o mundo em que estamos. Esta construção acontece na relação com o outro, nos significados e valores aprendidos e ensinados.

A relações sociais propiciam desenvolvimento

Durante a sua infância, a criança constrói os relacionamentos com aqueles que estão ao seu redor e por meio das práticas cotidianas apresente o seu papel no mundo. Observando e compartilhando com o outro, o mundo ganha significado. Por isso a importância de serem continuamente estimulados ao desenvolvimento cognitivo, físico e psicológico.

Nas relações sociais as crianças encontram oportunidades de criar laços e se apagar, seja a família, aos amigos ou mesmo a um personagem. Eles precisam de aconchego e segurança para aprender, gostar e desenvolver. Compreende-se que a vida é feita de pedaços compostos pelas lembranças e pelas vivências, tristes ou felizes. Elas constituem e ajudam a formar quem nós somos e quem as crianças serão um dia.

Quando as crianças estão inseridas para a vida em conjunto em grupos ou em amizades pares, elas desenvolvem porque passam a conhecer e conquistar habilidades sociais até então adormecidas. O entendimento das normas e dos processos em voga nas relações sociais criam os caminhos que ensinam as relações interpessoais. A criança só vai saber a importância da verdade, das escolhas e da gentileza, por exemplo, se tiver experiências e orientações, elas precisam experimentar situações.

O direito às relações sociais positivas

O direito das crianças às relações sociais foi formalizado no Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária, publicado em 2006 pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) e Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). O objetivo é atender ao que está disposto, mas não especificado no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA.

Este documento aponta que a criança é o resultado de suas relações sociais através do relacionamento com a família e com a comunidade em que está inserida. O interessante é que o documento destaca que todas devem ser assistidas, mesmo aquelas que estejam em risco social e pessoal. Sejam aquelas que tenham uma estrutura de vida ou aquelas que estão à margem da sociedade, ambas têm o mesmo direito ao desenvolvimento físico, social e cultural através das relações sociais.

A compreensão precisa conduzida, não imposta

Ao pensar em atividade e ações para o desenvolvimento da criança é preciso buscar práticas que possam articular as experiências e os saberes adquiridos. Assim, aos poucos elas passam a compreender o que é cultural, científico, tecnológico, artístico. As relações sociais solidificam as abstrações que são apreendidas, mas não significadas. Por isso, elas precisam do apego e do aconchego para aprender e construir identidade.

A interação e as relações sociais têm que ser respeitosas e com limites, mas saudáveis e responsáveis. A criança aos poucos transforma aquilo que ela não compreende em uma prática de significação que enriquece a vida e desenvolve amor próprio. Respeita-las também é um caminho a seguir.