A inclusão social é um conceito que surgiu na França com o objetivo de encontrar uma maneira de lidar com o deslocamento social associado à transição de uma sociedade agrária para uma estrutura social urbana.
A visão por trás dessa ideia era de que algumas pessoas estavam sendo empurradas para as margens e, portanto, excluídas desse processo. A partir dessas origens, o termo foi adotado por toda a Europa, e, posteriormente, em outros países como o Brasil, reflexo da necessidade de encontrar maneiras de incluir pessoas consideradas excluídas da participação na sociedade como resultado de um deslocamento social.
As políticas de inclusão social são resultado de esforços governamentais e de entidades do terceiro setor para diminuir as diferenças sociais e econômicas entre a população mais vulnerável e as elites.
No artigo a seguir, você vai conhecer mais sobre as políticas de inclusão social, entendendo como se definem e como se estruturam esses programas direcionados para devolver a cidadania e a dignidade para as classes excluídas.
Boa leitura!
O conceito de inclusão social
A inclusão social pode ser um termo confuso, principalmente se considerarmos a origem da exclusão e seus efeitos para depois compreendermos como combater essa exclusão e realizar a dita inclusão.
As dificuldades estão em conceituar onde residem os elementos causadores da exclusão — em indivíduos e suas alegadas deficiências ou na forma como as sociedades são organizadas e estruturadas, produzindo situações de desigualdade onde algumas pessoas permanecem na periferia.
Onde a primeira interpretação é adotada, as tentativas de políticas que se seguem são reparadoras e projetadas para tentar consertar os laços que ligam as pessoas à sociedade e que são vistas como tendo sido interrompidas. A tentativa é tentar ajudar aqueles que são excluídos a transgredir as fronteiras excludentes que os retêm.
Na segunda interpretação, o foco está no modo como o poder é empregado na produção de estruturas sociais excludentes. A previsão de como os impedimentos estruturais operam, além de fazer algo a respeito, tem sido muito mais problemática do que no primeiro caso.
Funcionamento das políticas de inclusão social
As entidades públicas e privadas que buscam combater a exclusão utilizam políticas de exclusão social em diversas frentes, com a educação sendo compreendida como o núcleo principal de inclusão social.
Quando aplicada a contextos educacionais, as iniciativas políticas em relação à inclusão social transitam em torno de alguns tópicos básicos:
• programas de transição escola-trabalho que visam fazer com que os jovens “trabalhem prontos” e, portanto, evitar que eles se desconectem a economia, isto é, por meio de iniciativas do mercado de trabalho;
• programas de reengajamento educacional projetados para reconectar jovens que terminaram prematuramente sua escolarização por terem “desistido”, colocando-os de volta em situações de aprendizado que os levarão a situações de educação adicionais ou emprego.
Inclusão além da educação
Além disso, outras intervenções ou iniciativas de inclusão social podem se tornar políticas bem-sucedidas, visando, principalmente, formas amplas de assistência social estratégica (educação, habitação, saúde, bem-estar, emprego) em bairros ou comunidades inteiras, ajudando a corrigir formas históricas de exclusão.
Mesmo com essas iniciativas, permanecem muitas tensões e controvérsias sobre qual abordagem de inclusão social é a maneira mais eficaz de combater a exclusão social, e ainda são necessárias grandes pesquisas para fornecer uma abordagem mais sociologicamente informada sobre a inclusão social.