Vida e obra de Ary Barroso

Considerado um dos maiores nomes da música popular, Ary Evangelista Barroso, conhecido como Ary Barroso, foi um compositor boêmio que carregou em sua trajetória o feito de ter escrito “Aquarela do Brasil”. A canção é considerada uma das mais importantes do cancioneiro brasileiro e foi responsável pela consolidação do estilo samba-exaltação.

Ary Barros nasceu em Ubá, Minas Gerais, em 7 de novembro de 1903, filho de João Evangelista Barroso e Angelina Barroso. Aos 6 anos de idade, ficou órfão, passando a morar com a avó e sua tia, com quem aprendeu a tocar piano.

Início da carreira

Quando tinha 12 anos, o músico passou a trabalhar como pianista auxiliar, acompanhando filmes mudos; aos 15 anos, já estava compondo.

Mais tarde, graças a uma herança recebida do ex-ministro da Fazenda Sabino Barroso, de quem era sobrinho, Ary pôde mudar-se para o Rio de Janeiro, a fim de cursar a faculdade de Direito.

Na Cidade Maravilhosa, passou a se sustentar tocando piano em cinemas e cabarés e, em 1923, começou a tocar nas salas de espera do Teatro Carlos Gomes, como integrante da orquestra do maestro Sebastião Cirino.

Três anos depois, foi contratado para uma temporada de oito meses nas regiões de Santos (SP) e Poços de Caldas (MG), tocando na orquestra do maestro Spina.

De volta ao Rio, em 1929, ele conheceu Ivone Belfort de Arantes, que viria a ser sua esposa. Concluiu o curso de Direito e compôs a marcha intitulada “Dá nela”. A canção ganhou um concurso de marcha carnavalesca e lhe rendeu dinheiro, com o qual Ary conseguiu se casar com Ivone, com quem teve dois filhos, Flávio Rubens e Mariúzia.

Novos rumos na carreira

A carreira de Ary começou a seguir outros caminhos quando ele passou a trabalhar na Rádio Philips. A partir daí, transformou-se em locutor esportivo, humorista e apresentador. Em 1934, estreou seu programa “Hora H”, na Rádio Cosmos, em São Paulo. O artista teve grande destaque com seus programas de calouro, inclusive na TV Tupi.

A carreira de prestígio e o sucesso de “Aquarela do Brasil” fizeram com que o músico ganhasse visibilidade internacional. Por isso, foi convidado para trabalhar com os Estúdios Walt Disney, onde teve a oportunidade de fazer a trilha musical de “Alô, amigos”, filme estrelado por Zé Carioca.

O músico mineiro embrenhou-se também no universo político, elegendo-se vereador do Rio de Janeiro muito bem votado, em 1946. Nove anos mais tarde, em 1955, recebeu a Ordem do Mérito, concedida pelo presidente da República, Café Filho.

A vida artística lhe rendeu honrosas homenagens, como a que recebeu, em 1957, de Carlos Machado, com o espetáculo “Mr. Samba”, que apresenta a biografia do compositor por meio de suas 264 canções.

As composições de Ary Barroso foram gravadas por grandes artistas do cenário nacional, como Francisco Alves, Mário Reis, Carmen Miranda, Elis Regina e Tom Jobim.

Doença e morte

Ary Barroso foi diagnosticado com cirrose hepática, em 1961, e após melhoras e recaídas, acabou falecendo três anos depois, em 9 de fevereiro de 1964, um domingo de carnaval, pouco antes de a escola de samba Império Serrano desfilar com o enredo “Aquarela do Brasil”, em sua homenagem.


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Vida e obra de César Guerra-Peixe

Infância e início dos estudos

Fluminense nascido em 1914, César Guerra-Peixe, compositor, violinista, regente e arranjador, é uma importante figura do cenário musical brasileiro. Sua cidade natal é Petrópolis, no Rio de Janeiro. Foi lá que ele começou seus estudos na música, na Escola de Música Santa Cecília. Junto ao professor Gao Omacht, formou-se em violino aos 16 anos. Nessa época, ele também compôs sua peça inaugural, “Otilia” e começou a escrever arranjos musicais a partir de então.

Anos depois, já em 1932, César decide se matricular no Instituto Nacional de Música do Rio de Janeiro, na capital, dando continuidade aos seus estudos de violino. Dois anos mais tarde, em 1934, o músico decide se mudar para o Rio, onde também passa a ter aulas de composição e instrumentação no Conservatório Brasileiro de Música, pelo qual se forma compositor em 1943.

Surgimento e consolidação da carreira musical

É durante esse período, na capital fluminense, que César Guerra-Peixe começa a consolidar sua carreira musical. Exercendo a função de orquestrador na Rádio Tupi, Guerra-Peixe apresenta sua primeira composição sinfônica. Algum tempo depois, enquanto fazia parte do grupo Música Viva, ele compõe a “Sinfonia nº1”, obra dodecafônica tocada pela Orquestra da BBC de Londres, o que gerou reconhecimento internacional a sua carreira.

No ano de 1953, Guerra-Peixe muda-se para São Paulo, trabalhando com o renomado professor Rossini Tavares de Lima e compondo obras como a “Suíte Sinfônica nº1 “Paulista”” e a “Suíte Sinfônica nº2 “Pernambucana””, além do “Ponteado” e o “Pequeno Concerto para piano e orquestra”. Fez pesquisas por cidades do interior paulista, prestando atenção em ritmos populares como o jongo, as modas de viola, os sambas rurais e as congadas.

Foi chamado pelo maestro alemão Hermann Scherchen para residir na Suíça, porém ele preferiu declinar o convite para trabalhar em uma rádio pernambucana, o que fez com que acabasse tendo mais contato com os temas folclóricos nordestinos. Nesse período de profissão na rádio veio a escrita do livro “Maracatus do Recife”, que foi publicado em 1955.

Outro fato importante de se destacar é que o músico também teve proeminência na área do cinema. Ao longo de sua carreira, compôs trilhas sonoras para filmes como por exemplo “O Canto do Mar” (1953), de Alberto Cavalcanti, “Batalha dos Guararapes” (1978), de Paulo Thiago, e “Terra é sempre Terra” (1950), de Tom Payne, entre outras.

De volta ao Rio de Janeiro, em 1962, tornou-se violinista da Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio MEC. Nesse período, Guerra-Peixe tornou-se também professor de composição musical. No ano de 1968, criou a Escola de Música Popular do Museu de Imagem e do Som do Rio de Janeiro – ele deu aula para alunos que posteriormente passariam a ter destaque no cenário da música brasileira, como Baden Powell, Formiga, Sivuca, Jorge Antunes e Rildo Hora.

Guerra-Peixe passou a atuar profissionalmente como arranjador em várias rádios e emissoras de TV, como a TV Tupi, TV Globo, TV Paulista e Rádio Nacional. Fez também o arranjo da música “Pra frente, Brasil” para a seleção brasileira na Copa de 1970. Um ano depois, em 1971, foi eleito para a Academia Brasileira de Música.

Por ter tido uma obra extensa e renomada, César Guerra-Peixe recebeu prêmios de reconhecimento ao longo de sua carreira, destacando-se entre eles o Prêmio Golfinho de Ouro, do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro (1978), o Prêmio Shell (1986) e o Prêmio Nacional de Música, do Ministério da Cultura, consagrando-o em 1993 como o “maior compositor brasileiro vivo”.


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Vida e obra de Waldemar Henrique

Waldemar Henrique foi um compositor, pianista e maestro brasileiro nascido no ano de 1905 na cidade de Belém, no Pará. Considerado um dos maiores compositores líricos da região Norte do Brasil, Waldemar carrega uma extensa obra de música popular que é atravessada pelo folclore amazônico, pelas lendas indígenas e os ritmos do Nordeste.

Infância e início dos estudos musicais

Durante parte da infância, morou com seus pais no Porto, em Portugal. Em 1917, aos 12 anos de idade, retornou ao Brasil em 1917, e iniciou os estudos de piano e solfejo, técnica que consiste em cantar os intervalos musicais em suas respectivas frequências e escalas. Posteriormente, passou a aprender harmonia, violino, canto e composição, e a partir de então, começa a escrever suas primeiras canções.

Um de seus sucessos seria Minha Terra, música composta por ele em 1923 e regravada em 1946 na voz de Francisco Alves. Outra canção de destaque é Felicidade, composta em 1924, já revelando a inclinação de Waldemar para a música popular, a qual permeia toda sua obra. Nesse início de carreira, a pressão de seus pais faz com que ele trabalhasse em um banco, porém Waldemar decide abandoná-lo para aprofundar seus estudos musicais no conservatório Carlos Gomes, ainda em Belém.

Consolidação da carreira musical

É a partir do ano de 1933 que Waldemar, ao mudar-se para o Rio de Janeiro, concentra-se totalmente em sua carreira artística, conversando com obras como as de Noel Rosa, Silvio Caldas e Nássara. No Rio, dando continuidade em seus estudos de composição, regência e orquestração, o músico se destaca no contexto da época pela constante marca das lendas amazônicas em suas músicas, como a Foi Boto Sinhá!, a Cabocla Malvada e Tem Pena da Nega.

Com o sucesso de suas composições, Waldemar Henrique começa a percorrer vários cassinos, teatros e rádios do Rio. Depois, sai em excursão pelo Brasil acompanhado de sua irmã, Mara Costa Pereira, que era cantora. Foi nessa época que ele passou por São Paulo e conheceu Mário de Andrade, que gostou de suas músicas por retratarem temas brasileiros.

Dando seguimento em suas excursões musicais, Waldemar também se apresenta internacionalmente em concertos na Argentina e Uruguai, já na década de 1940. Depois do fim da Segunda Guerra Mundial, por volta de 1949, ele viaja para a Europa enquanto funcionário comissionado do Itamaraty para divulgar a música popular brasileira, passando por países como Espanha, França e Portugal.

Em 1956, grava seu primeiro LP, no qual apresenta somente composições suas, cantadas pelo intérprete Jorge Fernandes. Dois anos após a gravação, Waldemar entra para a Academia de Música do Rio de Janeiro.

Ao retornar para sua terra natal, Belém, em 1960, o músico começa a trabalhar na área de cultura do governo estadual, como diretor do Departamento de Cultura da Secretaria de Estado de Educação e Cultura do Pará. Também exerce a profissão de diretor do Teatro da Paz e do Conservatório Carlos Gomes, o mesmo em que ele estudou quando criança.

Foi em 1981 que Waldemar foi eleito para a Academia Brasileira de Música. Sua obra, que contabiliza cerca de 200 canções, tem grande importância para o cenário musical brasileiro, pois retrata o cruzamento entre diferentes dimensões de temas regionais, registros folclóricos e lendas populares, o que contribui para a valorização dos símbolos nacionais através da música.

Ele faleceu em 29 de março de 1995, aos 90 anos.


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