Break dance: saiba como a dança de rua muda os paradigmas dos jovens da periferia

O break dance ou breaking é uma manifestação cultural originalmente periférica que começou na década de 70, em Nova York, dentro da cultura do hip-hop. O conjunto, que engloba rap, breaking, grafite e DJs, era uma forma de substituir a violência das armas pelo duelo artístico e se tornou uma febre nos Estados Unidos.

No Brasil, o movimento chega a todas as classes sociais, mas é fato que tem um forte poder transformador nas periferias, sendo uma ferramenta para protestar e reivindicar direitos.

Neste artigo vamos falar de como esse estilo atingiu e transformou os jovens de periferias brasileiras, funcionando como uma forma de protestar contra toda a injustiça e desigualdade social expressa nesses espaços.

Continue lendo para saber mais.

O Break dance no Brasil

A cultura hip-hop chegou entre as décadas de 80 e 90, começando por São Paulo, considerada o berço do hip-hop no país, mas sem uma data ou evento que marcasse sua chegada, e se espalhando por todo o território nacional.

Hoje, é uma forma de criar relação e aproximação com jovens de periferia, pois envolve conhecer intimamente a linguagem e a cultura das ruas, demonstrando saber os códigos e a realidade desses jovens.

Em Aglomerado da Serra, por exemplo, o maior conjunto de favelas de Belo Horizonte, o break dance faz parte de atividades culturais que lutam por espaço e igualdade social.

Para Marcio Barreto, que dá aulas de hip-hop no ECE-BH, essa expressão cultural está ligada à formação da identidade do adolescente e ao protagonismo juvenil.

Mas isso tem acontecido por todo o país: em Samambaia, no Distrito Federal, o estilo é oferecido pelo Programa Esporte e Lazer da Cidade (Pelc), do Ministério do Esporte, em parceria com o Instituto Cultural e Social Brasil Vivo.

Essas iniciativas atraem jovens e funcionam como uma forma de deixá-los longe dos perigos das ruas.

A tradição oral na cultura hip-hop

Não há muitos documentos teóricos sobre as regras do hip-hop, de modo que a transmissão dessa cultura depende bastante da tradição oral. Apesar das variações, o consenso é que engloba quatro elementos: DJ, grafite, MCs e dançarinos de break ou B.Boys.

Essa característica é justamente o que torna esse estilo tão atraente para os jovens de periferia, pois o break dance trata da realidade de suas vidas, como a dificuldade de acesso à educação e à saúde, além da violência das ruas, entre outros temas.

O B.Boy usa o corpo para se expressar, para protestar através do movimento. O breaking acaba sendo uma forma de lutar contra a desigualdade social e para se refugiar das dificuldades da periferia, incentivando jovens a se comunicarem e a se unirem por meio da dança.

O estilo mistura influências latinas, como salsa, e outras formas de movimentação, como yoga, ginastica olímpica, boxe, sapateado e capoeira.

A importância está dando ao break dance boas chances de se tornar esporte olímpico.

Uma ferramenta de mobilização social

Por ser essencialmente negro e periférico, o break dance ainda recebe o estereótipo de “dança de bandido”, o que não poderia estar mais distante da realidade. A possibilidade de torná-lo esporte olímpico é uma vitória para essa manifestação cultural que movimenta jovens em todo o Brasil.

O estilo é a forma do negro, do pobre, do periférico, transformar seu corpo em força, expressão e resistência, dando voz à toda a indignação e protestando contra a injustiça. Uma denúncia que não se pode silenciar.


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Elementos do Hip Hop: saiba quais são os 04 elementos artísticos que compõe essa cultura

O Hip-Hop é mais que apenas um estilo de música ou de dança, ele é uma cultura, algo que engloba muitas coisas ao seu redor.

Seu início se deu na década de 1970, lá na cidade de Nova York, no bairro do Bronx. Nele viviam moradores, que tinham, em sua maioria, origens africanas, latinas ou jamaicanas.

Eles sofriam constantes preconceitos, principalmente pela sua cultura ser diferente do que a dos Estado Unidos.

Ao longo dos anos, essas pessoas sofreram com o descaso político, violência do tráfico de drogas e das guerras de gangues da época.

Então, dentro desse cenário, surgiu a necessidade de expressar, com um movimento cultural que visava unir música, poesia, dança e pintura.

Nascia então o Hip-Hop: “hip” é uma gíria, que em inglês significava “moderno”; “hop” é um movimento de dança.

Junto disso, surgiram os quatro elementos do Hip-Hop.

Breakdance

Também conhecido como breaking, ou até street dance, é um estilo de dança urbana, nativo de Porto Rico, usado por pessoas que se apresentava nas ruas de lá.

Suas inspirações são as artes marciais, que são atividades que tem como base os movimentos de guerra.

Suas competições, por ter essa origem, são até hoje chamadas de brigas (ou fights, em inglês). O homem que pratica essa arte é chamado de B-boy, a mulheres é conhecida como B-girl.

Outros nomes para a breakdance:

– Up Rock;
– Locking;
– Popping;
– Hip-Hop Dance.

Rap – MC

É o estilo musical que mistura ritmo e poesia, tornando quem faz uso desse modo de se expressão num MC, que é a sigla em inglês para Master of Ceremony, que significa mestre de cerimônias.

São considerados os pensadores e a consciência desse movimento, colocando suas necessidades, ideias e decepções em suas rimas.

Eles são os responsáveis por cantar e entreter o público presente nos shows/eventos.

DJ

Mais um elemento do Hip-Hop que é muito popular nos dias de hoje, os DJs (sigla em inglês para Disk Jockey) são os responsáveis por selecionar e realizar as mixagens das músicas, tornando sua responsabilidade tão grande quanto a que os MCs têm.

Para eles cabe a função de mudar, alterar e até misturar as músicas. Ou seja, eles têm relação direta com a musicalidade e as batidas das festas.

Tudo isso exige um bom ouvido e conhecimento musical apurado, já que é ele quem conduz as rimas, as danças e as inspirações dos outros elementos.

Grafite

Para completar os quatro elementos do Hip-Hop, temos o que representa essa cultura por meio de pinturas: o grafite.

Ele ganhou força quando os jovens pintaram muros e paredes nas ruas, sempre com o objetivo de mostrar suas insatisfações, como forma de protesto.

Os artistas que praticam o grafite são conhecidos como “writers”, que significa escritores em inglês. Esse nome é devido a todos assinarem suas obras em seus trabalhos.,

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