Afinal, podemos considerar a poesia parte da nossa cultura?

A poesia é considerada uma das mais primitivas manifestações artísticas da humanidade, havendo registros de sua utilização em gravações de pedras pré-históricas, conhecidas como monólitos, ainda nas primeiras civilizações letradas.
Suas origens a apontam, portanto, como uma das primeiras linguagens de escrita reconhecida. Ela é entendida, a partir dos seus diversos propósitos ou estilos adotados, pela finalidade de transmitir conhecimento, além de preservar a memória e a história de um povo, de uma maneira lúdica.
Os poemas podem assumir diferentes formas e gêneros, de acordo com a sua intenção. Os textos épicos, por exemplo, geralmente retratam episódios de caráter histórico, caracterizados por narrativas longas e detalhadas, sendo Odisseia de Homero (800 – 675 a.C) um dos mais famosos. Por outro lado, há os litúrgicos, como hinos e salmos, que são mais breves e espontâneos. Também são conhecidos os textos trágicos e líricos, mais reativos sobre sentimentos.

A produção poética no Brasil
Os primeiros registros de manifestação poética no País remetem ainda ao começo do período colonial, no século XVI, sobretudo por membros da Companhia de Jesus. Ordem religiosa fundada em 1534 por um grupo de jesuítas, ela teve na figura do jovem padre José de Anchieta um dos seus representantes mais reverenciados. Segundo a tradição, o jovem jesuíta escreveu 4.072 poemas clássicos.
A consequente emancipação territorial e intelectual do Brasil fez aflorar a produção poética nacional, dando vazão às potencialidades de pensamento, expressão artística e de linguagem dos escritores.
O desenvolvimento cultural do País e a versatilidade estilística dos seus intelectuais permitiu que a poesia brasileira passasse por diversas escolas, abordando estéticas que transitavam entre a existencial, a social e a lírica.
Em suas variadas fases e gêneros percorridas ao longo dos séculos, a produção poética consolidou nomes de destaque como Gregório de Matos, Manuel Bandeira, Oswald de Andrade, Mário Quintana, Carlos Drummond de Andrade, dentre tantos outros. Nomes que, por meio de suas estéticas particulares, ajudaram a construir a identidade cultural e de linguagem da cultura nacional.

As expressões poéticas regionais
Pelas dimensões continentais do Brasil e sua natural efervescência cultural e de manifestações artísticas, a poesia também tem os seus regionalismos peculiares. E um dos gêneros poéticos regionais mais populares do País é a literatura de cordel.
Oficializada em 2018 como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, esta manifestação se popularizou nas regiões Norte e Nordeste, no século XVIII, mas tem as suas origens em Portugal. Ali, os trovadores medievais, dos séculos XII e XIII, cantavam histórias por meio de poemas para a população analfabeta, no que é basicamente o conceito deste gênero.
Na literatura de cordel, a linguagem escrita dialoga com a música e a ilustração, influenciada também pelas tradições orais de outras matrizes culturais de formação da identidade brasileira, como a indígena, africana, europeia e árabe. Toda esta integração ajudou a construir uma memória social coletiva de pertencimento de um povo.
O gradual desenvolvimento político, cultural e social, aliado às novas dinâmicas de comunicação fez com que o gênero se adequasse às realidades contemporâneas e dialogasse com outras manifestações artísticas, como cinema teatro e internet. Ele não perdeu, porém, o seu valor estético, libertário e original.


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Conheça x filmes infantis que estimulam a criatividade e o estudo

Conheça x filmes infantis que estimulam a criatividade e o estudo

Desenvolver a criatividade e a disposição para o estudo através dos filmes infantis é um estímulo divertido e eficiente para a fase de crescimento das crianças. Eles provocam a curiosidade dos pequenos e ajudam a formar suas visões de mundo, além de fazer com que eles comecem a questionar determinadas realidades e a melhorar sua percepção de si mesmos.

Boa parte dos enredos ilustrados pelos filmes infantis tem como objetivo estimular aspectos como a criatividade, a aceitação, tolerância, a responsabilidade e a empatia nas crianças. Através de uma linguagem leve, acessível e divertida, estes filmes semeiam novas ideias na imaginação das crianças de maneira instigante.

Neste texto, apresentaremos a você quatro filmes infantis fantásticos e bastante autênticos que certamente estimulam a criatividade e o estudo nas crianças. Acompanhe a leitura!

“O Menino e o Mundo”, 2014, Brasil

Este filme, que foi escrito e dirigido pelo Alê Abreu, apresenta uma narrativa em 2D sobre um menino que, através de suas vivências, questionamentos e aventuras, passa a lidar com os aspectos do mundo moderno, como a globalização e o modo de vida contemporânea.

O diretor faz uso de recursos lindíssimos de cores e de trilha sonora, criando uma atmosfera lúdica que facilmente cativa a atenção da criança, convidando-a a pensar junto com o menino e a sentir o mundo através de seus olhos e de seus sentimentos.

“Ratatouille”, 2007, Estados Unidos

O filme “Ratatouille” é uma obra sensível e cativante, produzida pela Pixar e premiada com o Oscar de melhor animação em 2007. O roteiro segue a vida do ratinho Remy, um roedor que tem grandes habilidades culinárias. Para atingir seu objetivo de se tornar chef, ele se une em uma inusitada parceria com o jovem cozinheiro Linguini, que trabalha em restaurante famoso.

O longa quebra com determinados paradigmas e, por meio de sua narrativa divertida e dinâmica, estimula as crianças a pensarem a partir da seguinte lógica: as origens de alguém, por mais peculiares e específicas que sejam, não impedem a pessoa de atingir o melhor de si mesmo e a satisfação e reconhecimento tanto consigo mesmo, como em relação aos outros.

“Wall-E”, 2008, Estados Unidos

O enredo de “Wall-E” se passa em um futuro distópico em que o planeta Terra passou por um colapso ambiental e tecnológico sem precedentes. O filme que, assim como o Ratatouille, é um clássico produzido pela Pixar, é uma maneira excelente de estimular questionamentos nas crianças em relação a temas como o cuidado com o meio ambiente, o consumismo exacerbado de nossa sociedade e a nossa relação de dependência cada vez mais acentuada nos dispositivos tecnológicos.

“O Sonho de Wadjda”, Arábia Saudita, 2012

Este filme, que é o primeiro de todos a ser produzido por uma mulher saudita, é um retrato inspirador da trajetória de uma garota árabe para atingir o seu maior sonho, o qual, pela nossa perspectiva, parece algo trivial: conseguir uma bicicleta.

Para as crianças, o filme estimula a criatividade por suscitar temas importantes como a igualdade de gêneros e o respeito e a empatia por culturas que são diferentes da nossa.


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Cinema: como a sétima arte está relacionada com a indústria cultural?

Cinema: como a sétima arte está relacionada com a indústria cultural?

O cinema está classificado como Sétima Arte desde a publicação de 1923, feita por Ricciotto Canudo no “Manifeste des Sept Arts” (Manifesto das Sete Artes). Esse autor discordava que o cinema era feito apenas para consumo da massa, relacionando a um tipo de arte completa, o qual relaciona todas as outras manifestações artísticas.

A grande discussão que existe em torno disso é sobre a visão do cinema como indústria cultural. Isso porque, no campo do consumo, há um certo movimento por parte do setor para atrair o público, o que pode comprometer a obra em si enquanto arte, trazendo apenas aquilo que é mais “vendido”, digamos assim.

A padronização da industrialização da cultura

Por fazer parte de uma indústria, ou seja, ser objeto de comercialização, os filmes hoje não têm, em sua maioria, os objetivos de atingir altos padrões de reflexão ou mesmo relacionar todas as artes, como almejava Ricciotto Canudo. Também não notamos o foco da arte pela arte, no pensamento dos autores parnasianos.

A intenção primordial das grandes produções é atingir o público em massa, a fim de atingir grandes bilheterias e arrecadar valores que ultrapassam e muito, o que foi gasto para produção, por consequência, gerando muito lucro.

A supremacia das produções hollywoodyanas

Um grande exemplo de como houve essa industrialização das obras cinematográficas é a supremacia dos filmes produzidos nos Estados Unidos e outras grandes potências. Essa indústria tem grande influência nas produções de filmes e atingem altíssimas bilheterias ao redor do mundo.

As preferências do público

Também é importante entender que a visão do público em relação às suas necessidades faz diferença na hora de consumir obras do cinema. O público, em sua maioria, tem o objetivo de assistir aos filmes que estão em alta, por assim dizer, e com a intenção de buscar o entretenimento.

Por isso, as produções mais populares são aquelas que são mais recentes, sendo a intenção do público a de estar por dentro dos lançamentos, e os gêneros, aqueles que proporcionam maior entretenimento, tais como comédias, romances, aventura, terror e ação.
Uma forma de compreender o poder dessa indústria cultural é ver como influencia também o comportamento, pois é possível encontrar hoje, temática de filmes em alta em produtos como materiais escolares, roupas, acessórios em geral, entre outros produtos.

Entretanto, nada impede que filmes atuais promovam reflexão ou não devam ser valorizados. Podemos ver grandes produções sendo premiadas pela sua fotografia, roteiro, e outros aspectos, no Oscar, porém, a supremacia permanece nas mãos de produções norte-americanas.

Dessa forma, é fácil entender como o cinema, considerado até os dias atuais como a sétima arte, se transformou também em objeto da indústria cultural. Esse contexto carrega vantagens, como a variedade de obras feitas e a facilidade com que o público consegue ter acesso a esse tipo de obra por meio dos cinemas, e atualmente, pelos populares serviços de streaming.

Já as desvantagens, podem ser encontradas quando observamos o baixo nível de reflexão e críticas sociais encontrados em grande parte dos filmes atuais, principalmente por conta da supremacia de filmes norte-americanos e a intenção da maioria do público de buscar apenas a diversão no cinema.


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Cinema é arte: por que ele é importante para a nossa cultura e sociedade?