Quais as características e como é definida a evolução sociocultural?

A evolução sociocultural é um termo abrangente para as teorias da evolução cultural e da evolução social, descrevendo como as culturas e sociedades se desenvolveram com o tempo.

Embora essas teorias nos ajudem a entender a relação entre tecnologias, estrutura social, os valores de uma sociedade e como elas mudam com o tempo, elas variam na medida em que descrevem mecanismos específicos de variação e mudança social.

No artigo a seguir, você vai conhecer mais sobre os conceitos mais estabelecidos de evolução sociocultural e quais são as suas características fundamentais.

Boa leitura!

Criando um conceito

O modo de pensar dos antropólogos e sociólogos dos séculos 19 e 20 oferecem modelos para a evolução da humanidade como um todo, argumentando que diferentes sociedades estão em diferentes estágios de desenvolvimento social.

Atualmente, no entanto, essa ideia tem se modificado dentro da abordagem do Sistema Mundial, especialmente no contexto da globalização econômica e comunicacional. Em outras palavras, muitas das abordagens mais recentes a partir da segunda metade do século 20 enfocam mudanças específicas das sociedades e rejeitam a ideia de mudança direcional ou progresso social.

As abordagens modernas da evolução sociocultural incluem o neoevolucionismo, a sociobiologia, a teoria da modernização e a teoria da sociedade pós-industrial.

Principais características da evolução sociocultural das sociedades

Teorias modernas

O início do século 20 inaugurou um período de análise crítica sistemática e rejeição das amplas generalizações das antigas teorias de evolução sociocultural. Antropólogos culturais como Franz Boas, Ruth Benedict e Margaret Mead, criticavam teorias sobre “estágios” da evolução sociocultural e rejeitavam a distinção entre “primitivo” e “civilizado” (ou “moderno”), apontando que as chamadas sociedades primitivas contemporâneas têm tanta história, e eram tão evoluídas quanto as chamadas sociedades civilizadas.

As teorias de evolução sociocultural modernas, portanto, que colocar a filosofia e a cultura grega e romana como o ápice do desenvolvimento cultural é etnocêntrica. Além disso, as sociedades não são claramente delimitadas e distintas, e os traços culturais frequentemente cruzam fronteiras sociais e se difundem regionalmente e, em menor escala, globalmente.

Teorias contemporâneas

Quando a crítica do evolucionismo social clássico se tornou amplamente aceita, as abordagens antropológicas e sociológicas modernas mudaram para refletir suas respostas à crítica de seu predecessor. As teorias contemporâneas têm o cuidado de evitar especulações etnocêntricas, comparações ou juízos de valor sem recursos, avaliando as sociedades individuais como existentes dentro de seus próprios contextos históricos. Essas condições forneceram o contexto para novas teorias, como o relativismo cultural, o neoevolucionismo e a sociobiologia.

Hoje os pós-modernistas questionam se as noções de evolução ou sociedade têm significado inerente e se revelam mais sobre a pessoa que faz a descrição do que a coisa que está sendo descrita.

As culturas observadas podem não ter semelhanças culturais suficientes para poder comunicar facilmente suas respectivas prioridades. É provável também que esse sistema de crenças e julgamentos estivesse imposto sobre outro, através de conquista ou colonização.

Um exemplo interessante é a observação de ideias muito diferentes sobre matemática e física em povos indígenas que levou, indiretamente, à criação do conceito de “ciência cognitiva da matemática” de George Lakoff, que pergunta se os próprios sistemas de medição podem ser objetivos.

Evolução sociocultural: quais são as principais etapas?

A evolução sociocultural trata do desenvolvimento de uma ou mais culturas, de formas mais simples para mais complexas. O assunto pode ser visto como um fenômeno unilinear que descreve a evolução do comportamento humano como um todo, ou pode ser visto como um fenômeno multilinear, caso em que descreve a evolução de culturas ou sociedades individuais (ou de determinadas partes de uma cultura ou sociedade).

A evolução unilinear foi um conceito importante no campo emergente da antropologia durante os séculos 18 e 19, mas se tornou irrelevante no início do século 20, dando lugar à teoria da evolução multilinear.

Os estudiosos começaram a propagar as teorias da evolução cultural multilinear nos anos 1930, e essas perspectivas neoevolucionistas continuam, em várias formas, a enquadrar grande parte das pesquisas realizadas em antropologia física e arqueologia em seus estudos sobre a evolução sociocultural dos povos.

Com isso em mente, preparamos o artigo a seguir para explicar melhor sobre as principais etapas da evolução sociocultural. O conteúdo está dividido entre as teorias unilinear e multilinear para que você tenha uma compreensão ampla sobre as subdivisões de cada uma das perspectivas.

Boa leitura!

Teoria Unilinear

A Era do Descobrimento introduziu os europeus dos séculos XV e XVI a uma ampla variedade de culturas consideradas como primitivas. Quase imediatamente, os intelectuais europeus começaram a se esforçar para explicar como e por que a condição humana se tornara tão diversa.

A noção iluminista de que havia, de fato, uma “ordem natural” derivada dos antigos filósofos gregos — uma visão na qual o mundo é visto como completo, ordenado e suscetível à análise sistemática — enfatizou a categorização e logo produziu várias tipologias que descreviam uma série de estágios fixos de evolução cultural.

Essa abordagem etnocêntrica explica a teoria unilinear e descreve sete estágios da evolução sociocultural: selvageria inferior, média e superior; barbarismo inferior, médio e superior; e civilização. Esses conceitos se tornaram a base para desenvolvimentos posteriores em antropologia, mas, no entanto, a evolução cultural unilinear como um todo não mais tem credibilidade no campo.

Teoria Multilinear

Uma reação generalizada contra amplas generalizações sobre a cultura começou no final do século 19 nos Estados Unidos e um pouco mais tarde na Europa. Teorias e descrições de estágios hipotéticos de evolução em geral, e de evolução unilinear especificamente, foram fortemente criticadas como racistas; em vez de presumir que alguns povos eram mais evoluídos do que outros, a nova tendência era considerar todas as culturas como únicas no tempo e no lugar. Nos Estados Unidos esse movimento, conhecido como particularismo cultural, foi liderado pelo antropólogo alemão Franz Boas.

Em meados do século, no entanto, vários antropólogos americanos, incluindo Leslie A. White, Julian H. Steward, Marshall D. Sahlins e Elman R. Service, haviam revivido discussões teóricas sobre mudanças culturais ao longo do tempo. Eles rejeitaram completamente os estágios universais, em vez de conceituar a evolução cultural como “multilinear” — isto é, como um processo que consiste em vários caminhos avançados de diferentes estilos e comprimentos.

Eles postularam que enquanto nenhuma mudança evolutiva específica é experimentada universalmente por todas as culturas, as sociedades humanas geralmente evoluem ou progridem. Em outras palavras, seria impossível classificar etapas ou estágios únicos que englobassem todas as civilizações em todos os tempos.

Dança e inclusão social: conheça os benefícios dessa relação

De todas as manifestações artísticas que existem a dança é sem dúvida a mais praticada. Mesmo sem a pessoa perceber, se movimentar acompanhando o som é uma das expressões mais eficazes de como aquela situação traz benefícios emocionalmente e fisicamente. Uma atividade democrática que pode ser praticada por quem desejar.

Os benefícios da dança

Investir em dança é uma forma de melhorar diversos pontos em sua vida. E isso que faz com que a dança e a inclusão social sejam a combinação perfeita. Para começar, a dança tem grande papel no desenvolvimento do autoconhecimento. Isso é essencial para tudo na vida e deve ser uma das maiores preocupações das pessoas. Há ainda as habilidades físicas decorrentes disso, como uma maior consciência corporal, musculatura fortalecida e ainda favorece a postura.

Investir em dança também proporciona mais agilidade de se locomover. Para portadores de necessidades especiais, isso é um grande ponto para sua qualidade de vida. Através disso, essas pessoas aumentam o equilíbrio do tronco e também a resistência corporal. Isso tudo reflete ainda no coração de diversas maneiras.

Na parte física, aumenta a circulação sanguínea assim como a capacidade respiratória. Na parte emocional, contribui para melhorar a autoestima e por se tratar de uma atividade que a pessoa gosta, a mesma se sente bem e feliz. Outra vantagem em unir dança e inclusão social está nos aprendizados. A percepção musical é estimulada e esse ensinamento pode refletir nas atividades cotidianas além da dança.

Isso sem falar na saúde física e mental, que se tornam muito melhores com a dança. E ainda se torna a possibilidade de ter um futuro melhor. Pessoas em situações sociais vulneráveis ou econômicas olham a dança uma chance de ter uma carreira artística de sucesso, tendo assim a liberdade financeira.

Trata-se também de um grande integrador, pois através dessa atividade há a conexão de diversas pessoas com uma mesma paixão. Durante a dança é possível promover a cidadania e ainda reafirma a liberdade de expressão. A atividade permite ainda que haja uma quebra em preconceitos e paradigmas que muitas pessoas têm, contribuindo para um melhor desenvolvimento humano.

Alta capacidade de ser bem aceita

Outra vantagem da dança é a sua alta capacidade de implementação. É possível oferecer aulas gratuitas de dança, com profissionais qualificados e ainda numa estrutura apropriada, dependendo da modalidade. Algumas exigem certas adaptações, como o balé. Basta que o local atenda essas especificações para proporcionar mais desempenho nas aulas.

Tem o trabalho em equipe, uma vez que muitas apresentações são em conjunto. Essa relação com pessoas é ótima para estimular um bom convívio, aumentando o relacionamento interpessoal. Tudo isso reflete não só em um ponto da vida, mas em várias áreas e etapas. Podemos ter, inclusive, aprendizados que ainda estão presentes durante toda a vida.

Que a dança traz diversos benefícios isso ninguém duvida. Sendo praticada com constância é possível aumentar ainda mais esses benefícios. Trata-se de uma melhoria contínua, sempre associada à paixão pela dança. Envolve amor, disciplina e criatividade. Uma maneira incrível de se expressar para o mundo. Seja qual for a sua atividade, comece hoje a trilhar os primeiros passos.