Quando se pensa na história da música erudita e nos grandes personagens que protagonizaram essa jornada, é importante considerar a inserção da mulher nesse segmento. Afinal, a dominação masculina sempre existiu em diferentes campos da sociedade e no que diz respeito à composição musical, não foi diferente.
Dessa maneira, tomando como ponto principal a presença feminina nessa área, é importante compreender a relevância das compositoras e as diferenças que ocasionaram na cultura erudita. Confira!
Historicamente:
Durante muitos anos, a música clássica foi dominada por compositores. Nas poucas vezes em que as mulheres apareciam, eram perseguidas, silenciadas e excluídas de tudo que envolvesse a musicalidade, restando aos rapazes todo o espaço e glória.
Para se ter uma ideia, ao longo do século XVII, a arte provocava fantasias obscuras sobre a criatividade feminina, muitas vezes sexualizando-as por terem a liberdade de exercerem seu dom. Essa ideologia se prolongou até o século XX, época que foi palco das mais diversas transformações sociais e que ajudou a promover a chegada de novas compositoras.
Ainda assim, para se entender os desafios enfrentados por cada uma dessas mulheres irreverentes, é importante observar o contexto em que viveram e compreender que, para que uma música surgisse, uma série de barreiras e conceitos precisaram ser quebradas.
Fazendo a diferença:
Conheça as mulheres corajosas que mudaram a história da música erudita:
1. Hildegard Von Bilgen (1098)
Monja da época medieval, Hildegard era tida como uma sábia e expandiu seu conhecimento para as composições musicais. Em sua trajetória, estima-se que ela foi a responsável pela criação de, ao menos, setenta obras e a maioria delas tem como referência as questões religiosas.
2. Francesca Caccini (1587)
Filha do compositor Giulio Caccini, Francesca foi à primeira mulher a escrever uma ópera, a La Libertazione di Ruggiero. Esse foi um passo fundamental para a época, especialmente porque ela soube aproveitar uma brecha política para reafirmar as lideranças femininas.
3. Barbara Strozzi (1619)
Na época em que Strozzi vivia, as mulheres não podiam ter suas obras publicadas porque isso era visto como prostituição. No entanto, por ironia do destino, a compositora já era cortesã e não se importou com isso. Seu status fez com que desafiasse a sociedade e, assim, Barbara teve mais obras impressas do que qualquer um.
4. Marianna von Martines (1744)
Compositora do período clássico, Marianna se destacou na mesma Viena de Mozart e Haydn. Ainda assim, seu apogeu não veio tranquilamente. A musicista foi alvo dos rumores que a apontavam como amante do poeta Pietro Metastasio, em uma tentativa de desvalorizá-la pelas morais e bons costumes.
5. Fanny Mendelssohn (1805)
Irmã do também compositor Félix Mendelssohn, Fanny chegou a compor mais de 460 obras e estudos da época apontam que era, até mesmo, mais talentosa do que ele. Isso fez com que a família se revoltasse e a obrigasse a casar para desistir de seus sonhos. Contudo, anos mais tarde, ela conseguiu se libertar e criou um dos mais importantes programas musicais do período: o Sonntagsmusik.
6. Clara Schumann (1819)
Esposa do compositor Robert Schumann, Clara tinha uma parceria com o marido e se consagrou como pianista. No entanto, decidiu abdicar da música e interrompeu sua carreira para dar à luz a oito crianças. Na época, a mulher chegou a afirmar que havia perdido a confiança em si.
7. Ethel Smyth (1858)
Militante nos direitos das mulheres, Ethel enfrentou o pai, um major-general da Artilharia Real Britânica e iniciou sua carreira musical, independentemente da opinião do homem. Assim, ela chegou a compor a “The March of the Women”, que marcou o movimento.
8. Lili Boulanger (1893)
Lili foi à primeira mulher a ganhar o Prêmio Prix de Rome. A notoriedade ocorreu pela obra Faust et Helène, quando a compositora tinha apenas dezenove anos. Anos depois, ela sofreria da Doença de Crohn e, mesmo em estado terminal, escreveu os manuscritos de suas óperas com perfeição.
E então, qual a sua favorita? Compartilhe com uma mulher poderosa e ajude a espalhar a história dessas guerreiras.
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