Vida e obra de Waldemar Henrique

Waldemar Henrique foi um compositor, pianista e maestro brasileiro nascido no ano de 1905 na cidade de Belém, no Pará. Considerado um dos maiores compositores líricos da região Norte do Brasil, Waldemar carrega uma extensa obra de música popular que é atravessada pelo folclore amazônico, pelas lendas indígenas e os ritmos do Nordeste.

Infância e início dos estudos musicais

Durante parte da infância, morou com seus pais no Porto, em Portugal. Em 1917, aos 12 anos de idade, retornou ao Brasil em 1917, e iniciou os estudos de piano e solfejo, técnica que consiste em cantar os intervalos musicais em suas respectivas frequências e escalas. Posteriormente, passou a aprender harmonia, violino, canto e composição, e a partir de então, começa a escrever suas primeiras canções.

Um de seus sucessos seria Minha Terra, música composta por ele em 1923 e regravada em 1946 na voz de Francisco Alves. Outra canção de destaque é Felicidade, composta em 1924, já revelando a inclinação de Waldemar para a música popular, a qual permeia toda sua obra. Nesse início de carreira, a pressão de seus pais faz com que ele trabalhasse em um banco, porém Waldemar decide abandoná-lo para aprofundar seus estudos musicais no conservatório Carlos Gomes, ainda em Belém.

Consolidação da carreira musical

É a partir do ano de 1933 que Waldemar, ao mudar-se para o Rio de Janeiro, concentra-se totalmente em sua carreira artística, conversando com obras como as de Noel Rosa, Silvio Caldas e Nássara. No Rio, dando continuidade em seus estudos de composição, regência e orquestração, o músico se destaca no contexto da época pela constante marca das lendas amazônicas em suas músicas, como a Foi Boto Sinhá!, a Cabocla Malvada e Tem Pena da Nega.

Com o sucesso de suas composições, Waldemar Henrique começa a percorrer vários cassinos, teatros e rádios do Rio. Depois, sai em excursão pelo Brasil acompanhado de sua irmã, Mara Costa Pereira, que era cantora. Foi nessa época que ele passou por São Paulo e conheceu Mário de Andrade, que gostou de suas músicas por retratarem temas brasileiros.

Dando seguimento em suas excursões musicais, Waldemar também se apresenta internacionalmente em concertos na Argentina e Uruguai, já na década de 1940. Depois do fim da Segunda Guerra Mundial, por volta de 1949, ele viaja para a Europa enquanto funcionário comissionado do Itamaraty para divulgar a música popular brasileira, passando por países como Espanha, França e Portugal.

Em 1956, grava seu primeiro LP, no qual apresenta somente composições suas, cantadas pelo intérprete Jorge Fernandes. Dois anos após a gravação, Waldemar entra para a Academia de Música do Rio de Janeiro.

Ao retornar para sua terra natal, Belém, em 1960, o músico começa a trabalhar na área de cultura do governo estadual, como diretor do Departamento de Cultura da Secretaria de Estado de Educação e Cultura do Pará. Também exerce a profissão de diretor do Teatro da Paz e do Conservatório Carlos Gomes, o mesmo em que ele estudou quando criança.

Foi em 1981 que Waldemar foi eleito para a Academia Brasileira de Música. Sua obra, que contabiliza cerca de 200 canções, tem grande importância para o cenário musical brasileiro, pois retrata o cruzamento entre diferentes dimensões de temas regionais, registros folclóricos e lendas populares, o que contribui para a valorização dos símbolos nacionais através da música.

Ele faleceu em 29 de março de 1995, aos 90 anos.


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