Claudio Monteverdi: conheça mais da história desse grande compositor

Entre os anos de 1400 e 1600, a Europa vivenciou um verdadeiro “alvoroço” no campo das artes. Qual o motivo? Esses dois séculos formam o período que conhecemos como Renascimento.

Foi durante essa época que quadros como a Mona Lisa e A última Ceia, de Da Vinci, foram pintados e que o teto da Capela Sistina ganhou novos e marcantes traços, pelas mãos de Michelangelo.

Também foi em meio a esses anos brilhantes que nasceu Claudio Monteverdi, considerado um dos maiores compositores da música clássica ocidental.

Visto como um verdadeiro prodígio, Monteverdi produziu sua primeira música aos 15 anos e, aos 20, publicou seu primeiro livro composto de madrigais, principal gênero de canções seculares do século XVI.

Você quer conhecer um pouco mais sobre a história desse importante compositor? Então, é só continuar com gente!

A vida de Claudio Monteverdi

Claudio Giovanni Antonio Monteverdi nasceu em Cremona, na Itália, em 1567. Quando ainda era um garoto, Monteverdi foi contratado como violinista do duque de Mântua e teve a oportunidade de receber aulas de Ingegneri, o maestro “di capella” do duque.

Suas composições ousadas o tornaram um dos músicos mais influentes da atualidade e também um dos mais polêmicos da sua época, já que continham dissonâncias intencionais, o que causava furor entre seus companheiros de profissão.

Monteverdi foi casado com a cantora Claudia Cattaneo, que veio a falecer em 1607, mesmo ano em que o compositor produziu sua primeira ópera, chamada L’Arianna, especialmente para o casamento de Francesco Gonzaga, Marques de Mântua.

No ano seguinte, Claudio compôs L’Orfeo, que fez ainda mais sucesso e que o levou a ser convidado para ser maestro “di capella” da Basílica de São Marcos, em Veneza, alguns anos mais tarde.

Foi na cidade das gôndolas, aliás, que Monteverdi se dedicou à música sacra, deixando de lado suas antigas composições. No entanto, quando Claudio estava chegando aos 70 anos, Veneza estabeleceu uma série de óperas públicas e a sua carreira foi revivida.

Ele compôs suas duas últimas obras-primas, Il ritorno d’Ulisse in patria em 1641 e L’incoronazione di Poppea em 1642. Significativamente, essas obras contêm cenas trágicas, românticas e cômicas, e apresentam um retrato mais realista dos personagens.

Claudio Monteverdi faleceu em Veneza, em 29 de novembro de 1643.

5 fatos sobre Monteverdi

1. Ele recebeu diversas críticas

Claudio Monteverdi era constantemente criticado por outros compositores. Um de seus principais opositores era o teórico da música conservadora Giovanni Artusi.

Artusi condenava constantemente a linguagem harmônica de Monteverdi que, como resposta, adicionou ao prefácio de uma de suas publicações uma breve explicação, onde dizia que o que Artusi criticava era, na verdade, apenas uma “nova maneira de pensar”.

2. Monteverdi é considerado o “pai da ópera”

Antes de apresentar suas composições publicamente pela primeira vez, Monteverdi e seus colegas artistas se reuniram em casas da aristocracia para discutirem como adicionar drama aos musicais. Esse foi o primeiro passo para o surgimento do que conhecemos hoje como ópera.

3. Muitos de seus trabalhos foram perdidos

Especialistas acreditam que ao menos doze óperas de autoria de Claudio Monteverdi tenham sido perdidas com o passar dos anos. As únicas peças de sua obra que sobreviveram aos séculos, permitindo que sejam interpretadas completamente, são Il Ritorno d’Ulisse in patria e L’Incoronazione di poppea.

4. Monteverdi se tornou padre

Após a morte de sua esposa, Claudio Monteverdi não conseguiu se recuperar da perda, mesmo tendo a música como distração. Assim, em 1932, entrou para o sacerdócio, período em que compôs uma série de canções para a Igreja Católica Romana.

5. Ele “reviveu” a Basílica de São Marcos

Após ser nomeado como maestro e diretor da Basílica de São Marcos, em Veneza, Monteverdi realizou uma transformação completa no local, que até então estava esquecido, graças à má gestão de seu antecessor.

Em pouco tempo, Claudio reorganizou as operações, contratou novos músicos e cantores experientes, reabasteceu a biblioteca e permitiu a união entre a música do velho mundo e as novas composições. Seu cargo, ao todo, durou 30 anos.

Claudio Monteverdi acreditava que a música estava em harmonia com o ritmo da vida, sendo uma renovação do equilíbrio divino, sincronizando mente e emoções. No final das contas, a música, com toda a sua grandiosidade, aproximava o homem e o universo.

Se você gostou deste post:

– SIGA as nossas páginas nas redes sociais para acompanhar as nossas atualizações: estamos no Facebook, no Instagram, no LinkedIn, no X e no YouTube!

– CONHEÇA o trabalho da Sociedade Artística Brasileira (SABRA) e todas as iniciativas culturais e sociais que ela mantém. Acesse nosso site!

– ENTRE EM CONTATO com a gente. E veja quais são as opções de ajuda na manutenção de nossas ações sociais e culturais. Basta acessar nossa página Doe Agora!

– COMPARTILHE este texto nas suas redes sociais e ajude os seus amigos a também dominarem o assunto!

– Os projetos da @sabrabrasil são realizados com o patrocínio máster: @institutounimedbh, viabilizado pelo incentivo de mais de 5,7 mil médicos cooperados e colaboradores via Lei de Incentivo à Cultura – @culturagovbr

Luciano Pavarotti: a história do lírico que se tornou uma estrela

Vida e obra de José Maurício Nunes Garcia

Os séculos XVIII e XIX são marcados por profundas transformações políticas e sociais no país. Essas mudanças iriam influenciar a vida cultural da população de forma intensa. O padre, músico, compositor e professor José Maurício Nunes Garcia, vivenciou a transição dos séculos e expressou em sua obra muito daquilo que o Brasil enfrentava. É sobre a sua vida e obra que vamos abordar nesse texto!

Primeiros anos do padre José Maurício

Nascido no Rio de Janeiro, em setembro de 1767, o padre veio de uma família pobre e descendente de escravos. Ainda muito cedo, quando tinha apenas seis anos de idade, perdeu o pai. A sua família, no entanto, não mediu esforços para garantir que o músico recebesse uma educação consistente. Uma das formas de se fazer isso foi por meio da carreira na Igreja Católica.

Desde criança, José Maurício Nunes Garcia já demonstrava talento artístico. Ainda menino, passou a fazer aulas particulares com o professor Salvador José de Almeida Faria, um músico mineiro. O talento do garoto mostrou resultados aos 16 anos, quando compôs sua primeira peça, denominada Tota pulchra es Maria – um cântico sacro. No ano seguinte, participou da fundação da Irmandade de Santa Cecília e, por causa da boa instrução musical que possuía, passou a ministrar aulas de música.

O ensino da música seria marcante em sua vida. Em 1792, José Maurício Nunes Garcia é ordenado padre e, tempos depois, torna-se mestre de capela da então Catedral do Rio de Janeiro. Na época, o cargo alcançado pelo padre era o mais alto entre os músicos brasileiros – o que revelava o seu talento musical.

Auge da carreira artística

O músico já costumava compor peças sacras antes mesmo de ser ordenado padre. Ao assumir a função de mestre de capela, porém, passou a dirigir as apresentações das missas e a compor novas peças. O louvor alcançado em suas obras fez com que o padre se tornasse muito requisitado para escrever peças para cerimônias, que não estavam no calendário oficial da Catedral. Algumas encomendas, por exemplo, foram solicitadas pelo Senado da Câmara. Como exemplo, temos as obras Requiem e Matinas de Natal.

A estimativa é que o compositor tenha escrito mais de 200 obras, a maioria destinada às celebrações religiosas. A chegada da família real ao Brasil, em 1808, traria novas dimensões para a sua carreira artística. O primeiro contato com a família real aconteceu na celebração de agradecimento pela boa viagem, com a apresentação de um Te Deum – um hino de exaltação a Deus. O então príncipe-regente, Dom João VI, se entusiasmou com as obras de José Maurício e o nomearia, futuramente, mestre da Capela Real.

A partir de então, o músico mesclou seu estilo com as novidades trazidas pela Coroa Portuguesa. Algumas das principais obras do autor, nesse período foram: Missa de Nossa Senhora da Conceição (composta para dezembro de 1810); Requiem (para o funeral da rainha Dona Maria I); Missa de Santa Cecília e Missa de Nossa Senhora do Carmo.

Talento deixado pelo compositor

Nem tudo são flores na vida do compositor. O brilho artístico de José Maurício Nunes Garcia despertou rivalidades no setor musical, principalmente com a vinda do compositor português Marcos Portugal para o Brasil. Além disso, a volta da família real para Portugal trouxe empobrecimento cultural para o Rio de Janeiro – o padre teve que lidar com a crise econômica pela qual o Brasil passava e as péssimas condições de saúde que enfrentava.

Foi nesse momento que José Maurício Nunes Garcia viu sua vida financeira decair. Apesar disso, o artista é considerado uma das maiores expressões da música erudita no país. Ele morreu em 1830, mas suas obras jamais foram esquecidas. Tanto é que o artista figura entre os patronos da Academia Brasileira de Música.


Se você gostou deste post:

– SIGA as nossas páginas nas redes sociais para acompanhar as nossas atualizações: estamos no Facebook, no Instagram, no LinkedIn, no X e no YouTube!

– CONHEÇA o trabalho da Sociedade Artística Brasileira (SABRA) e todas as iniciativas culturais e sociais que ela mantém. Acesse nosso site!

– ENTRE EM CONTATO com a gente. E veja quais são as opções de ajuda na manutenção de nossas ações sociais e culturais. Basta acessar nossa página Doe Agora!

– COMPARTILHE este texto nas suas redes sociais e ajude os seus amigos a também dominarem o assunto!

– Os projetos da @sabrabrasil são realizados com o patrocínio máster: @institutounimedbh, viabilizado pelo incentivo de mais de 5,7 mil médicos cooperados e colaboradores via Lei de Incentivo à Cultura – @culturagovbr

Mariana Botelho – Depoimento

Vida e obra de Lobo de Mesquita

Mulato, filho do português José Lobo de Mesquita com sua escrava Joaquina Emerenciana, José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita teve uma enorme importância para a música colonial mineira no século XVIII.

A afirmação de Geraldo Dutra de Moraes é única informação a respeito da data de nascimento de Lobo de Mesquita. Segundo ele, o artista teria nascido em 12 de outubro de 1746 em Serro, Minas Gerais. No entanto, a data e local nunca foram confirmados por meio de documentos oficiais, apesar de terem sido disseminados como informações verdadeiras em diversos livros, discos e meios de comunicação.

Compositor, organista, maestro e professor especialista em Música Sacra, Lobo de Mesquita ganhou a vida tocando, compondo e regendo orquestras em eventos oficiais durante o período imperial em Minas Gerais. Seu nome aparece em um livro de pagamento da Câmara do Serro como um dos músicos que trabalharam nas festas reais e no livro de despesas da Irmandade do Santíssimo Sacramento.

Principais Composições

Críticos responsáveis pela recuperação das obras e história de Lobo de Mesquita calculam que ele tenha cerca de 500 composições. No entanto, apenas 90 dessas obras sobreviveram ao tempo. Entre as composições de autoria confirmada, estão as obras referidas a seguir.

Em 1778, Lobo de Mesquita compôs o Ofício e Missa da quarta-feira de cinzas para SATB. Estima-se que as Matinas de Quinta-feira Santa e a Antífona Mariana Regina Coeli Laetare tenham sido compostas em 1779. Cerca de três anos depois, em 1782, compôs o Ofício, Paixão e Missa do Domingo de Ramos.

Em 1783, Lobo de Mesquita compôs Tratos, Missa e Vésperas de Sábado Santo, além de Tercio. E em 1787, compôs a Antífona Mariana Salve Regina. A Ladainha de Nossa Senhora pode ter sido composta em 1798. O Ofício e Missa de Defuntos também é datado de1798. O responsório Cum Transisset para as Matinas de Domingo da Ressurreição tem data estimada de 1803.

Alguns Trabalhos

A maioria de seus trabalhos está relacionado com ordens religiosas de Minas Gerais. Em 26 de dezembro de 1774, ele atuou como regente na cerimônia do Corpo de Deus, realizada no Serro. Em 1776, tocou nas festas do Senado e no ano seguinte, assinou contrato para compor músicas para o velório do rei José I de Portugal e para a cerimônia matrimonial do príncipe Dom José. Ainda em 1776, Lobo de Mesquita recebeu pagamento da Irmandade do Santíssimo Sacramento por tocar aos domingos e na Semana Santa.

Entre 1783 e 1784, ajudou a construir o Órgão da Irmandade do Santíssimo Sacramento de Diamantina, onde tocou órgão até 1798. Também foi organista da Ordem Terceira do Carmo de Diamantina entre 1787 a 1795, aproximadamente.

Apesar de seu forte vínculo com a Música Sacra, Lobo Mesquita também atuou como juiz, escrivão e tesoureiro para diversas organizações religiosas de Minas Gerais. Em 1801, foi contratado pela Ordem Terceira do Carmo do Rio de Janeiro, onde prestou serviços até seu falecimento.

Estilo e Contexto Histórico

Considerado por muitos musicólogos como o compositor que melhor sintetizou as características do Barroco mineiro em suas obras, Lobo de Mesquita oscilou suas composições em dois estilos. Enquanto suas obras escritas para coro eram marcadas pelo estilo Barroco, as obras escritas para vozes e instrumentos carregam um traço mais moderno, marcadas por uma melodia Classicista e com forte influência da música italiana.

Para Pires (1994), as obras de Lobo de mesquita são exemplos de uma não-ruptura entre o Barroco e o Classicismo no campo da música religiosa.


Se você gostou deste post:

– SIGA as nossas páginas nas redes sociais para acompanhar as nossas atualizações: estamos no Facebook, no Instagram, no LinkedIn, no X e no YouTube!

– CONHEÇA o trabalho da Sociedade Artística Brasileira (SABRA) e todas as iniciativas culturais e sociais que ela mantém. Acesse nosso site!

– ENTRE EM CONTATO com a gente. E veja quais são as opções de ajuda na manutenção de nossas ações sociais e culturais. Basta acessar nossa página Doe Agora!

– COMPARTILHE este texto nas suas redes sociais e ajude os seus amigos a também dominarem o assunto!

– Os projetos da @sabrabrasil são realizados com o patrocínio máster: @institutounimedbh, viabilizado pelo incentivo de mais de 5,7 mil médicos cooperados e colaboradores via Lei de Incentivo à Cultura – @culturagovbr

Vida e obra de João de Deus Castro Lobo