Vida e obra de César Guerra-Peixe

Infância e início dos estudos

Fluminense nascido em 1914, César Guerra-Peixe, compositor, violinista, regente e arranjador, é uma importante figura do cenário musical brasileiro. Sua cidade natal é Petrópolis, no Rio de Janeiro. Foi lá que ele começou seus estudos na música, na Escola de Música Santa Cecília. Junto ao professor Gao Omacht, formou-se em violino aos 16 anos. Nessa época, ele também compôs sua peça inaugural, “Otilia” e começou a escrever arranjos musicais a partir de então.

Anos depois, já em 1932, César decide se matricular no Instituto Nacional de Música do Rio de Janeiro, na capital, dando continuidade aos seus estudos de violino. Dois anos mais tarde, em 1934, o músico decide se mudar para o Rio, onde também passa a ter aulas de composição e instrumentação no Conservatório Brasileiro de Música, pelo qual se forma compositor em 1943.

Surgimento e consolidação da carreira musical

É durante esse período, na capital fluminense, que César Guerra-Peixe começa a consolidar sua carreira musical. Exercendo a função de orquestrador na Rádio Tupi, Guerra-Peixe apresenta sua primeira composição sinfônica. Algum tempo depois, enquanto fazia parte do grupo Música Viva, ele compõe a “Sinfonia nº1”, obra dodecafônica tocada pela Orquestra da BBC de Londres, o que gerou reconhecimento internacional a sua carreira.

No ano de 1953, Guerra-Peixe muda-se para São Paulo, trabalhando com o renomado professor Rossini Tavares de Lima e compondo obras como a “Suíte Sinfônica nº1 “Paulista”” e a “Suíte Sinfônica nº2 “Pernambucana””, além do “Ponteado” e o “Pequeno Concerto para piano e orquestra”. Fez pesquisas por cidades do interior paulista, prestando atenção em ritmos populares como o jongo, as modas de viola, os sambas rurais e as congadas.

Foi chamado pelo maestro alemão Hermann Scherchen para residir na Suíça, porém ele preferiu declinar o convite para trabalhar em uma rádio pernambucana, o que fez com que acabasse tendo mais contato com os temas folclóricos nordestinos. Nesse período de profissão na rádio veio a escrita do livro “Maracatus do Recife”, que foi publicado em 1955.

Outro fato importante de se destacar é que o músico também teve proeminência na área do cinema. Ao longo de sua carreira, compôs trilhas sonoras para filmes como por exemplo “O Canto do Mar” (1953), de Alberto Cavalcanti, “Batalha dos Guararapes” (1978), de Paulo Thiago, e “Terra é sempre Terra” (1950), de Tom Payne, entre outras.

De volta ao Rio de Janeiro, em 1962, tornou-se violinista da Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio MEC. Nesse período, Guerra-Peixe tornou-se também professor de composição musical. No ano de 1968, criou a Escola de Música Popular do Museu de Imagem e do Som do Rio de Janeiro – ele deu aula para alunos que posteriormente passariam a ter destaque no cenário da música brasileira, como Baden Powell, Formiga, Sivuca, Jorge Antunes e Rildo Hora.

Guerra-Peixe passou a atuar profissionalmente como arranjador em várias rádios e emissoras de TV, como a TV Tupi, TV Globo, TV Paulista e Rádio Nacional. Fez também o arranjo da música “Pra frente, Brasil” para a seleção brasileira na Copa de 1970. Um ano depois, em 1971, foi eleito para a Academia Brasileira de Música.

Por ter tido uma obra extensa e renomada, César Guerra-Peixe recebeu prêmios de reconhecimento ao longo de sua carreira, destacando-se entre eles o Prêmio Golfinho de Ouro, do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro (1978), o Prêmio Shell (1986) e o Prêmio Nacional de Música, do Ministério da Cultura, consagrando-o em 1993 como o “maior compositor brasileiro vivo”.


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Mulheres na música: x instrumentistas brasileiras que você precisa conhecer

Vida e obra de José Maurício Nunes Garcia

Os séculos XVIII e XIX são marcados por profundas transformações políticas e sociais no país. Essas mudanças iriam influenciar a vida cultural da população de forma intensa. O padre, músico, compositor e professor José Maurício Nunes Garcia, vivenciou a transição dos séculos e expressou em sua obra muito daquilo que o Brasil enfrentava. É sobre a sua vida e obra que vamos abordar nesse texto!

Primeiros anos do padre José Maurício

Nascido no Rio de Janeiro, em setembro de 1767, o padre veio de uma família pobre e descendente de escravos. Ainda muito cedo, quando tinha apenas seis anos de idade, perdeu o pai. A sua família, no entanto, não mediu esforços para garantir que o músico recebesse uma educação consistente. Uma das formas de se fazer isso foi por meio da carreira na Igreja Católica.

Desde criança, José Maurício Nunes Garcia já demonstrava talento artístico. Ainda menino, passou a fazer aulas particulares com o professor Salvador José de Almeida Faria, um músico mineiro. O talento do garoto mostrou resultados aos 16 anos, quando compôs sua primeira peça, denominada Tota pulchra es Maria – um cântico sacro. No ano seguinte, participou da fundação da Irmandade de Santa Cecília e, por causa da boa instrução musical que possuía, passou a ministrar aulas de música.

O ensino da música seria marcante em sua vida. Em 1792, José Maurício Nunes Garcia é ordenado padre e, tempos depois, torna-se mestre de capela da então Catedral do Rio de Janeiro. Na época, o cargo alcançado pelo padre era o mais alto entre os músicos brasileiros – o que revelava o seu talento musical.

Auge da carreira artística

O músico já costumava compor peças sacras antes mesmo de ser ordenado padre. Ao assumir a função de mestre de capela, porém, passou a dirigir as apresentações das missas e a compor novas peças. O louvor alcançado em suas obras fez com que o padre se tornasse muito requisitado para escrever peças para cerimônias, que não estavam no calendário oficial da Catedral. Algumas encomendas, por exemplo, foram solicitadas pelo Senado da Câmara. Como exemplo, temos as obras Requiem e Matinas de Natal.

A estimativa é que o compositor tenha escrito mais de 200 obras, a maioria destinada às celebrações religiosas. A chegada da família real ao Brasil, em 1808, traria novas dimensões para a sua carreira artística. O primeiro contato com a família real aconteceu na celebração de agradecimento pela boa viagem, com a apresentação de um Te Deum – um hino de exaltação a Deus. O então príncipe-regente, Dom João VI, se entusiasmou com as obras de José Maurício e o nomearia, futuramente, mestre da Capela Real.

A partir de então, o músico mesclou seu estilo com as novidades trazidas pela Coroa Portuguesa. Algumas das principais obras do autor, nesse período foram: Missa de Nossa Senhora da Conceição (composta para dezembro de 1810); Requiem (para o funeral da rainha Dona Maria I); Missa de Santa Cecília e Missa de Nossa Senhora do Carmo.

Talento deixado pelo compositor

Nem tudo são flores na vida do compositor. O brilho artístico de José Maurício Nunes Garcia despertou rivalidades no setor musical, principalmente com a vinda do compositor português Marcos Portugal para o Brasil. Além disso, a volta da família real para Portugal trouxe empobrecimento cultural para o Rio de Janeiro – o padre teve que lidar com a crise econômica pela qual o Brasil passava e as péssimas condições de saúde que enfrentava.

Foi nesse momento que José Maurício Nunes Garcia viu sua vida financeira decair. Apesar disso, o artista é considerado uma das maiores expressões da música erudita no país. Ele morreu em 1830, mas suas obras jamais foram esquecidas. Tanto é que o artista figura entre os patronos da Academia Brasileira de Música.


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Mariana Botelho – Depoimento

Vida e obra de Francisco Manuel da Silva

Nascido no Rio de Janeiro, em 21 de fevereiro de 1795, Francisco Manuel da Silva, nome conhecido por ser autor do Hino Nacional, possui uma vasta obra que vai além da melodia patriota que originou o nosso hino, atuando também como maestro, compositor e professor.

O seu contato inicial com a música e atuação no Rio de Janeiro

O maior nome da música colonial brasileira foi o seu professor, o Padre. José Maurício Nunes Garcia, com quem aprendeu música ainda menino, quando tinha apenas dez anos, inicialmente tocando violoncelo. Em 1809, participou como cantor soprano na Capela Real. Atuou como timbaleiro e, mais tarde, como segundo violoncelo na Orquestra dessa mesma Instituição citada.

Além disso, regeu o Teatro Lírico Fluminense. Todas essas atuações deram grande destaque para o músico no Rio de Janeiro. Vale ressaltar que ele participou com relevância nessa fase da música brasileira, compreendida entre o falecimento de Padre José Maurício e a ascendência de Carlos Gomes – nomes também de muita importância no cenário da música nacional.

Também tinha grande empenho durante as manifestações civis a favor da independência. Esse movimento de afirmação do nacionalismo foi o responsável pela inspiração de escrever uma melodia patriota, que acabou se transformando no nosso Hino Nacional. Hoje essa composição é considerada uma das melhores no cenário mundial.

Atuações significativas para música no Rio de Janeiro

Francisco foi o fundador da Academia de Música e Ópera Nacional e da Sociedade de Beneficência Musical – de onde foi eleito como presidente e atuou até o seu fechamento, ocorrido em 1890. Também foi o responsável pela fundação do Conservatório de Música, lugar que depois de transformações, mais tarde tornou-se a Escola de Música da UFRJ.

Em 1834, foi o regente titular da orquestra Sociedade Fluminense. Apesar de todos os seus feitos, foi durante a sua maturidade – período após 1840 –que produziu mais obras, como hinos, missas, motetes, ludus, modinhas, entre outras produções. Participou também ativamente da restauração da Capela Imperial.

O seu falecimento e obras deixadas

O falecimento de Francisco Manuel da Silva foi na cidade do Rio de Janeiro, local onde viveu a maior parte de sua vida e carreira, no dia 18 de dezembro de 1865, aos 70 anos de idade.

As suas obras estão guardadas na cidade e podem ser encontradas também em forma de arquivos, que estão espalhados nos estados de Minas Gerais e São Paulo. Como professor, produziu materiais de estudo para músicos, tais como o Compêndio de música prática, por exemplo.

Depois de quarenta anos de sua morte, Joaquim Osório Duque Estrada escreveu a letra para o Hino Nacional, feito a partir de sua obra durante as manifestações de Independência. Ocupa, como papel de Patrono, a sétima cadeira da Academia Brasileira de Música.

O seu legado está presente no Hino Nacional Brasileiro e também nas organizações que foi fundador, as quais hoje são importantes na música, como a Escola de Música da UFRJ e uma imensidão de obras e atuações em grupos importantes no Período Colonial.

O corpo do maestro, compositor e professor está sepultado no Rio de Janeiro, no cemitério São Francisco de Paula.


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Hino Nacional Brasileiro: curiosidades sobre o assunto

Vida e obra de Manoel Dias de Oliveira

Manoel Dias de Oliveira é um compositor brasileiro que viveu no período colonial. Ele nasceu no ano de 1738, em Minas Gerais e veio a falecer em 1813, com 75 anos. O músico viveu em Tiradentes, cidade no interior de Minas, durante o maior tempo de sua vida.

Uma de suas obras mais relevantes é a Muzica a Mel Dias a dois coros, que foi composta para a Irmandade de Nosso Senhor dos Passos e recebeu 32 oitavas de ouro. O artista também possui registros e serviços prestados em outras cidades, entre elas, São João D’el Rey, Congonhas, Barbacena e Arraial da Laje, atual Resende Costa.

Algo interessante de sua vida é que Manoel foi militar durante muitos anos e chegou a ser Capitão, cargo que exerceu até sua morte. Vale também ressaltar que ele era bem remunerado pelas suas composições. A peça Miserere é uma das que mais possui cópias do período colonial. Parte de sua obra pode ser encontrada nos principais arquivos mineiros.

Manoel Dias de Oliveira e a Inconfidência Mineira

Outro fator muito interessante sobre a sua bibliografia, é que até hoje existe uma dúvida muito grande sobre a sua real participação na Inconfidência Mineira, movimento que visava a Independência do Brasil. O questionamento é se ele efetivamente foi um personagem desse movimento ou se ele apenas era próximo de algumas figuras que foram marcantes nesse contexto. Um fato inegável é que Manoel esteve muito próximo e foi uma pessoa com bastante importância e influência durante o período colonial.

Uma curiosidade, é que Manoel foi o primeiro compositor brasileiro a ser elogiado por um jornal. O elogio foi publicado na Gazeta do Rio de Janeiro quando uma composição sua foi utilizada no funeral de D. Maria I. Outra obra do compositor de muito êxito foi Herói que Busca, que pode ter sido feita em forma de homenagear Tiradentes, o grande símbolo da Inconfidência Mineira. Tal possibilidade faz com que se aumentem os rumores e suposições sobre o seu papel nesse movimento tão significativo e representativo para a história do nosso país.

Vida pessoal

Sobre sua vida pessoal sabe-se que ele se casou aos 35 anos com Ana Hilária, uma mulher negra que tinha 15 anos na época do casamento. Ele teve dez filhos legítimos, nascidos na Vila de São José. Algo importante de se ressaltar, é que não existem muitos registros sobre a família de Manoel, portanto as informações são baseadas apenas nos dados encontrados, ou seja, ele pode ter tido outros filhos legítimos ou não.

Obras

Suas obras podem ser encontradas no Museu da Inconfidência de Ouro Preto, nos acervos musicais do Departamento de Música da ECA-USP, no Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas, no Museu da Música da Arquidiocese de Mariana, entre muitos outros lugares e acervos.

Para saber mais sobre esse e outros assuntos continue acompanhando o nosso site. Aqui você se manterá informado sobre vários temas referentes a nossa cultura e aos nossos artistas. Em caso de alguma dúvida ou sugestão, entre em contato com a gente. Continue com a gente, vocês não vão se arrepender!


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Emoção: como transmitir através da música?

Vida e obra de Eunice Katunda

Era o dia 14 de março de 1915 quando nasceu, no Rio de Janeiro, uma mulher que marcaria para sempre o cenário da música brasileira. Seu nome: Eunice do Monte Lima Katunda, filha do gaúcho Rubens do Monte Lima e da pintora cearense Maria Grauben Bomilcar.

Apesar de ter tido uma atuação intensa na história da música brasileira e figurar como referência em obras internacionais, Eunice Katunda não teve o merecido reconhecimento entre os brasileiros, algo que precisa ser resgatado.

Quem foi Eunice Katunda?

Professora, pianista, compositora, regente, Eunice Katunda, como era mais conhecida, não via a música como um fim em si mesma. Ela acreditava firmemente que a música era um veículo de promoção e plenitude da sociedade e da humanidade em geral.

Com 5 anos de idade, já havia iniciado seus estudos de piano com Mima Oswald, uma de suas professoras, ao lado de Branca Bilhar, Oscar Guanabarino, Marieta Lion e Carmargo Guarnieri. Bilhar e Guarnieri foram os que mais impactaram sua carreira.

O Salão Nobre do antigo Instituto de Música foi o lugar onde Katunda, aos 12 anos de idade, apresentou-se pela primeira vez. Aos 17, já resplandecia como solista da Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro.

Mas ela própria considerou seu início de carreira a performance realizada em São Paulo, no Teatro Municipal, ao tocar a 4ª Sinfonia de Beethoven.

Daquele momento em diante, Eunice passou a viajar, apresentando-se nacional e internacionalmente, sempre priorizando obras produzidas por autores brasileiros, com o fim divulgar a música nativa.

Em 1934, Eunice casou-se com o matemático Omar Catunda, mudando-se para São Paulo. O casal se separou em 1964, ocasião em que trocou o “C” de seu sobrenome pelo “K”.

Influências musicais

Em 1946, transferiu-se novamente para o Rio de Janeiro, onde conheceu seu grande mestre alemão, Hans-Joachim Koellreutter.

Em 1948, filiou-se ao PCdoB, dando à sua obra uma conotação mais socialista. Contudo, abandonou o partido oito anos mais tarde, em 1956, para tornar manifesta sua desaprovação quando houve a invasão da Hungria.

Após uma viagem à Bahia, procurou incorporar em sua música elementos nativistas e folclóricos, visando dar uma conotação mais brasileira à sua obra. Eunice Katunda morreu em 3 de agosto de 1990, na casa de seu filho, Igor Catunda, em São José dos Campos, São Paulo.

Principais obras de Katunda

Sob a supervisão de Koellreutter, Katunda compôs sua obra mais famosa, “O negrinho do pastoreio”, pela qual recebeu o Prêmio Música Viva para novos compositores. Aliás, Música Viva era também o nome da Rádio do Ministério da Educação, na qual Eunice tocava quase todas as semanas.

Dentre suas principais obras, destacamos:

  • Quatro cantos à morte.
  • Quinteto Schoenberg.
  • Dois estudos folclóricos.
  • Três peças para dois pianos e percussão.
  • Concerto negro.

Homenageando Eunice Katunda

Uma excelente forma de homenagear quem via a música como forma de transformação social é conhecer e divulgar a música de Katunda, além de se unir a empresas que desenvolvem ações visando apoiar crianças, jovens e adultos em sua inserção social, valendo-se da arte e da cultura.

Nossa instituição colabora com pessoas em situação de vulnerabilidade social, e a comunidade reconhece o trabalho que temos feito, como exemplo, a oferta anual de 74 vagas para jovens músicos e 20.000 ingressos para participação em concertos didáticos.

Conheça mais sobre nosso trabalho acessando nosso site!


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Músicas para homenagear as Mulheres

Vida e obra de Marcos Coelho Neto (pai e filho)

Tem gente que afirma, com categoria, que talento corre na veia. Pois bem! Essa é a realidade dos músicos Marcos Coelho Neto. Um era o pai e o outro era o filho. O mais inusitado dessa história é que os dois tinham o mesmo nome. Vamos conhecer um pouco das duas expressões artísticas e suas relações com a música!

Quem foi o pai Marcos Coelho Neto?

Marcos Coelho Neto pai, nasceu entre os anos de 1740 e 1746, em Vila Rica, onde hoje é a cidade de Ouro Preto (MG). Ele era ex-escravo e um grandioso trompetista. Também tocava clarim, um instrumento de sopro que se assemelha ao formato do trompete, e timbales, espécie de tambores.

O pai Coelho Neto, fazia parte da irmandade do Santíssimo Sacramento da Igreja de Nossa Senhora do Pilar, para a qual atuava como compositor e regente. A dedicação à música erudita e sacra fazia com que o pai alcançasse prestígio e respeito junto à sociedade.

O trabalho erudito nas irmandades

Não há muitos registros a respeito de como o pai Coelho Neto, deixou a escravidão, mas o mais provável é que tenha sido por meio das irmandades. Como os ensaios consumiam grande parte da rotina diária dos escravos, eles acabavam se tornando exclusivos dessas irmandades.

Além da Irmandade do Santíssimo Sacramento, Marcos Coelho Neto integrou as irmandades Nossa Senhora das Mercês e São José dos Homens Pardos. Essas organizações costumavam pagar os músicos pelos serviços prestados. Era uma forma de a população escravocrata conseguir mudança social.

Fora o papel musical desempenhado nas irmandades, o pai tocava timbales na Cavalaria Auxiliar de Vila Rica. Os relatos históricos afirmam que ele foi convidado para dirigir dramas e óperas em comemoração aos festejos reais que aconteciam em Lisboa, mas que eram celebrados também, em Vila Rica.

Essa informação pode ser conferida na apostila do curso de História da Música Brasileira, do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Como foi a carreira do filho Marcos Coelho?

O filho Marcos Coelho Neto, também era um músico exímio que, além de compositor e regente, tocava trompa, clarim, trompete e trombone. Ele nasceu em 1763 e, assim como o pai, participava das irmandades de Nossa Senhora das Mercês e São José.

Embora muitas obras de sua autoria tenham se perdido ao longo dos séculos, algumas ficaram na memória. São os casos das obras “Maria Mater Gratiae”, “Salve Regina” e “Ladainha das Trompas”.

Há certa confusão na autoria desses cantos, pois não se sabe ao certo se as obras que foram autografadas eram, de fato, do pai ou do filho. O mais provável é que sejam mesmo, do filho, que integrou o Primeiro Regimento de Milícias, além de ter participado de cerimônias da Casa da Ópera e do Senado da Câmara.

Seja como for, o hino “Maria Mater Gratiae”, por exemplo, mostrava devoção e ternura, é uma das mais belas composições sacras e uma das principais obras que remetem ao período colonial.

Pai e filho trabalharam juntos por mais de 20 anos. O pai faleceu em 1806 e o filho em 1823.


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Como desenvolver o senso artístico nos filhos?