Indicadores sociais: Saiba como e quando eles são utilizados

Os indicadores sociais são dados que buscam quantificar para fins de análise, pesquisa, implementação e acompanhamento de projetos, os mais diversos contextos da realidade social.

Com eles é possível identificar um conjunto de fatores que envolve determinada área geográfica ou grupo social para indicar problemas e demandas sociais dos mais diversos tipos.

Além disso, também são utilizados para acompanhar a implementação de políticas públicas que buscam atenuar essas questões, de forma a garantir que os objetivos sejam atingidos e que os resultados que estão sendo gerados causem, de fato, o impacto esperado em cada contexto.

Os indicadores sociais são importantes recursos para apontar irregularidades e deficiências nos serviços que deveriam, na teoria, ser responsabilidade do estado, mas que por uma combinação de fatores acabam por não serem implementados em sua totalidade, gerando desigualdade entre uma área geográfica e outra.

Além disso, as mais diversas conjunturas que podem provocar situações de vulnerabilidade social costumam se sobrepor. Por isso, quando uma área geográfica apresenta altos índices de criminalidade, por exemplo, os índices de educação, saúde, saneamento básico e segurança costumam corroborar para a vulnerabilidade dos habitantes daquela região.

Por causa disso, os indicadores sociais podem fornecer dados concretos que servirão aos mais diversos propósitos, seja em uma pesquisa acadêmica ou na criação de políticas públicas que busquem atingir o cerne das questões educacionais, culturais e econômicas que envolvem os problemas enfrentados pela população local.

A partir da sistematização dos dados coletados as autoridades ou o terceiro setor podem pensar em diferentes soluções para resolver os problemas identificados. Quase sempre esse tipo de implementação, especialmente as iniciativas governamentais, envolve ações em diferentes frentes, pois como já foi citado anteriormente, as situações de vulnerabilidade social se sobrepõem.

Ademais, os indicativos sociais são uma forma de manter a transparência sobre o emprego de recursos e seus resultados. Os dados gerados, tanto em casos de alto impacto quanto de menor impacto, podem ser úteis para gerar aprendizado, apontar reajustes e novas perspectivas sociais e até servir de exemplo para a aplicação em outros cenários similares, já que as informações geradas são de interesse público.

No campo acadêmico os indicadores sociais intermediam as teorias estudadas e a realidade social, servindo de instrumento para testar a sua veracidade e identificar as particularidades de cada cenário em relação às referências internacionais ou de década passadas, por exemplo, entre outras.

Para exemplificar, alguns dos mais conhecidos sistemas de indicadores sociais são o HABITAT, o OCDE, e os estudados e divulgados periodicamente numa perspectiva mundial das Nações Unidas.

Os indicadores sociais são recursos sistemáticos para análise da realidade social. O processo de implementação de projetos sociais e políticas públicas é um ciclo em que, primeiro se identifica problemas da realidade social, coleta-se dados para confirmá-los e analisá-los sob diferentes ângulos e, por fim, gerar diferentes indicadores que servirão para apoiar a implementação de medidas que resolvam tais problemas.

Após a implementação, o mesmo processo se repete, novos dados são coletados para confirmar o impacto que as medidas adotadas devem gerar, identificar lacunas e outras questões que podem interferir na eficácia das soluções propostas.

Qual a importância da utilização dos indicadores sociais?

Você sabe o que são indicadores sociais e para que eles servem? A fim de enxergar os problemas de nossa sociedade de forma mais clara e sistemática, entidades públicas e privadas desenvolveram uma série de índices que ajudam a ilustrar a situação econômica, humana e social de nossas sociedades. Neste texto, você saberá mais sobre a importância da utilização dos indicadores sociais. Confira!

O que são indicadores sociais?

Os indicadores sociais são índices que tentam traduzir em números e em valores concretos as situações reais que a população vive diariamente. Por exemplo: quantos anos vivem as pessoas? Quantas crianças e mães morrem durante o parto? Quantas pessoas estão desempregadas? Quanto as pessoas recebem de salário mensal? Qual é a qualidade da habitação, da educação, da cultura e dos serviços públicos? Quanto uma família gasta por mês com comida?

Para responder a estas e muitas outras perguntas que estão diretamente relacionadas ao dia a dia das pessoas do Brasil e do mundo, instituições de estatística desenvolveram fórmulas, cálculos e indicadores que ajudam a dar um panorama mais preciso da situação destas populações.

Na prática, é um esforço de simplificar a vida real em números para que os problemas possam ser debatidos e resolvidos.

Políticas públicas

A principal função dos indicadores sociais é fornecer informações para que órgãos de gestão pública possam estabelecer diretrizes e ações políticas a fim de melhorar a vida das pessoas.

Embora nem todo Estado seja eficiente em promover políticas públicas de qualidade que diminuam a desigualdade social e produzam efeitos positivos no cotidiano da população, os indicadores sociais sempre estão sobre a mesa de prefeitos, governadores, ministros e presidentes para pensar a gestão estatal.

Dinheiro e qualidade de vida

Geralmente, indicadores econômicos e indicadores sociais estão relacionados diretamente. Isso quer dizer que oferecer melhores condições financeiras à população geralmente também melhora a vida dessas pessoas no aspecto humano e social. Por isso, é comum que os principais indicadores discutidos nas políticas públicas está relacionado a geração de renda, emprego, salário e inflação.

Entretanto, isso não significa que os indicadores humanos fiquem de lado. É preciso mensurar também como a melhoria financeira está impactando a vida das pessoas sob um ponto de vista mais amplo: se estão vivendo mais e com mais saúde, se estão tendo acesso à cultura, a uma boa alimentação e educação de qualidade, se estão morando melhor, com acesso à rua asfaltada, esgoto, energia elétrica e direitos trabalhistas, etc. Por isso, indicadores como IDH, Ideb, taxa de letramento e outros são igualmente importantes para a gestão pública.

Indicadores e realidade

Os indicadores sociais também podem servir para dar conhecimento ao povo de sua própria condição. Por mais que nem todas as pessoas compreendam exatamente o que significam os índices divulgados pela imprensa, entender os indicadores mostram aos cidadãos como o dinheiro de seus impostos é aplicado e em que pé anda a eficiência dos serviços públicos e do Governo.

Por isso, estar a par dos indicadores sociais ajuda um povo a se libertar da miséria, cobrar seus representantes e alcançar uma vida melhor.

Quais são os principais indicadores sociais e econômicos da nossa sociedade?

As sociedades humanas são complexas, baseadas em relações sociais e econômicas. Para gerir melhor a administração pública e enxergar os problemas humanos de forma mais precisa e verossímil, estudiosos e políticos desenvolveram alguns indicadores a fim de olhar para a sociedade de maneira mais sistematizada.

Neste texto você irá conhecer quais são os principais indicadores sociais e econômicos de nossa sociedade. Confira!

Produto Interno Bruto

Em uma sociedade capitalista, o indicador de maior importância tanto para gestores públicos como privados é o Produto Interno Bruto (PIB). O PIB representa a soma de toda a riqueza gerada por um país em determinado período. Essa riqueza é mensurada através da soma dos salários, lucros, rendimentos e dividendos de todos os negócios realizados na nação e ajuda a medir a capacidade de um país de gerar renda. Em 2017, o PIB do Brasil girou em torno de 2 trilhões de dólares.

PIB per capita

É neste indicador que o montante econômico é comparado com a qualidade de vida da população. O PIB per capita é a divisão do Produto Interno Bruto pela quantidade de pessoas do país. Embora este indicador não leve em conta a desigualdade social dos países, ele é um bom termômetro sobre a qualidade de vida das pessoas. O PIB per capita brasileiro (2017) é de cerca de 10 mil dólares.

Índice de Desenvolvimento Humano

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um indicador mundial que mensura a qualidade de vida das pessoas considerando aspectos econômicos, sociais, estudantis, trabalhistas e educacionais e de saúde da população. Seu valor varia de 0 a 1. Atualmente, o IDH do Brasil é de 0,699 – 79º do mundo. Ou seja, ainda há muito o que melhorar na vida de nosso povo.

Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

O IDEB é um indicador brasileiro calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). A educação é considerada o melhor investimento a longo prazo para qualquer país e, por isso, o Brasil busca acompanhar o desenvolvimento da educação básica sistematicamente. País desigual, apresenta IDEBs muito diferentes em distintas regiões do território brasileiro.

Expectativa de vida

A expectativa de vida é um cálculo estimado de quanto, em média, deve viver a população de um país. Este indicador de longevidade é importante pois ajuda a mensurar a qualidade de vida das pessoas, mas também é relevante pois é considerado no cálculo previdenciário tanto na aposentadoria pública, como nos fundos de previdência privada.

Índice de Mortalidade Infantil

O índice de mortalidade infantil calcula quantas crianças morrem a cada 100 mil pessoas. Atualmente, o Brasil tem 146,6 óbitos a cada 100 mil nascidos. É um índice que melhora, mas ainda está longe do ideal. Este indicador ajuda o Estado a avaliar políticas públicas de natalidade, saneamento básico, assistência social, entre outros.

Inflação

A inflação é a média ponderada da variação do preço dos produtos em um mercado. O IBGE considera uma cesta de produtos comuns na mesa da maioria dos brasileiros para fazer o cálculo da inflação (arroz, feijão, gás, energia elétrica, gasolina, etc). Inflação alta é sinal de economia desregulada, porém, uma inflação muito baixa é indício de uma economia fraca, em encolhimento. Por isso, a meta da inflação costuma girar em torno dos 3% ao ano. Os índices mais importantes de cálculo de inflação no Brasil são IPCA e IGP-M.