Coral no Brasil – como e quando surgiu o primeiro?

O canto é uma das expressões artísticas mais nobres, impressionantes e encantadoras expressadas pela humanidade. A reunião de cantores com diversos timbres e alcances vocais forma um coral, um grupo de artistas que consegue expressar grandes sentimentos através da música. Você sabe como e quando surgiu o primeiro coral do Brasil?

Leia este texto até o fim e conheça um pouco mais sobre a história da nossa música. Confira!

A cultura dos corais

Antes que surgisse formalmente um coral com atividade permanente e regular no país, no século XIX já havia algumas experiências de corais no Brasil, mas com pouca duração ou atuação regular. Estas iniciativas se deram principalmente em igrejas católicas dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, ou seja, manifestações de canto todas baseadas em arte sacra com pequenos grupos de músicos contratados por evento ou temporada.

O primeiro coral efetivamente ativo que surgiu no país foi fruto da Semana de Arte Moderna de 1922, que ficou marcada na história do país, em um momento em que os artistas brasileiros começaram a negar manifestações vindas do exterior, principalmente da Europa, para valorizar a cultura e os dotes artísticos nacionais.

O Coral Paulistano

Nesse contexto e sentido, nasceu, em 1936, o Coral Paulistano, que hoje leva o nome de seu fundador: Mário de Andrade. O continente europeu, e até mesmo a América do Norte, já contavam com corais há décadas antes, enquanto o Brasil ainda tinha poucas representações de arte erudita. Vale lembrar que quase todas essas representações eram voltadas à Ópera Francesa e à música de câmara consumida pelas elites econômicas e políticas do eixo que governava o país.

Na época, a ideia de Mário de Andrade, então diretor do Departamento Municipal de Cultura de São Paulo, era levar representantes dos movimentos nacionalistas de música para dentro do consagrado palco do Theatro Municipal, até então repleto apenas com manifestações artísticas de cunho europeu.

Entretanto, a ideia do Coral Paulistano não era copiar o estilo de música europeu e traduzi-lo para o português brasileiro. O conceito do coral da cidade de São Paulo era realizar profundas pesquisas culturais sobre as manifestações populares de música brasileira, para que, então, pudesse ser adaptada para o formato de Canto Coral.

Ainda em 1936, para trabalhar em conjunto com o Coral Paulistano, também foi fundada a Sociedade de Etnografia e Folclore, que realizava pesquisas, estudos, eventos e congressos na área, valorizando a cultura nacional e aproximando as manifestações artísticas das regiões Norte e Nordeste do país para o Sudeste.

Repercussão e legado

O Coral Paulistano se apresenta até hoje de maneira regular, tendo como casa sede o Theatro Municipal de São Paulo. A iniciativa incentivou o surgimento de outros corais, como a Associação de Canto Coral do Rio de Janeiro (1941), o Madrigal Renascentista (1956) em Belo Horizonte,  o Coral Ars Nova (1959), o Coral Julia Pardini (1960), o Coral da Universidade de São Paulo (1967), entre outros grupos de música de canto coral, deixando um inestimável legado artístico para a cultura nacional.

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Teatro musical – curiosidades

O teatro é conhecido em grande medida pela sua natureza de arte dramática. Talvez por isso quando essa forma de espetáculo vem à nossa mente não costumamos associá-la de forma expressiva à música. Mas você já ouviu falar no teatro musical? Uma definição muito breve é que o teatro musical une a arte dramática a canções e dança. Hoje esse é o gênero característico da Broadway.

Essa forma de arte é derivada da ópera, que já era uma forma de drama encenado com música. E se quando falamos de musical o cinema vem a sua mente, é porque falamos do mesmo gênero em meios diferentes. Embora as raízes do teatro musical datem do século XVIII, é apenas no século XIX que a sua expressão toma a forma contemporânea. Confira abaixo 4 curiosidades sobre o teatro musical.

1. No Brasil era “Teatro de Revista

Seguramente você já viu ou ouviu a expressão Teatro de Revista. Era assim que os musicais eram chamados no Brasil. O gênero chegou ao país ainda no século XIX e ganhou uma identidade própria. Grandes talentos foram revelados em nossos palcos. Um grande exemplo é a luso-brasileira Carmen Miranda. Também saíram desse meio as vedetes como Dercy Gonçalves e Luz Del Fuego. Entre os compositores que trabalharam no Teatro de Revista temos nomes de peso como Noel Rosa e Dorival Caymmi.

2. My Fair Lady, primeira adaptação no Brasil

A partir dos anos 60 o teatro de revista deu lugar ao musical inspirado pela Broadway. A primeira adaptação a ser trazida para nossas terras foi My Fair Lady. Conhecido também como Minha bela dama, ou Minha pequena dama. A produção trouxe Bibi Ferreira e Paulo Autran nos papéis principais. Vale lembrar que nos Estados Unidos o mesmo musical foi levado ao cinema em 1964, com Audrey Hepburn no papel principal. O filme foi dirigido por George Cuckor, que dentro do gênero deu vida a mais dois clássicos: Nasce uma estrela e O Mágico de Oz. Ambos com a estrela Judy Garland.

3. Os músicos na Broadway: sem partitura e sem nepotismo

Hoje a Broadway, cadeia de pelo menos 40 teatros localizados em Nova York, é sinônimo de musical. Pois saiba que os instrumentistas que lá trabalham rendem algumas curiosidades. Primeiro, que se algum deles tocar mais do que um instrumento por show, receberá um extra. Mas nada de levar partituras para casa. Especialmente em peças inéditas. Ao final de cada espetáculo as partituras devem ser recolhidas por um profissional.

Além disso, é vetada a presença de parentes na orquestra. A razão não é muito diferente daquela pelo qual a prática é condenada na política. Acontece que certos teatros pedem um número mínimo de músicos. E nem sempre o espetáculo vai precisar de tantos instrumentistas. Isso significa que algumas pessoas ficarão sem o que fazer. É para evitar uma situação de fraude nesse caso que os parentes são proibidos.

4. Gatos

Esse musical é fruto do compositor Andrew Lloyd Webber, um dos grandes nomes do teatro musical. Cats foi o quarto show a ficar mais tempo em cartaz na Broadway. Até 2006 era o mais antigo espetáculo da casa, sendo superado apenas por outra obra de seu autor: O fantasma da ópera. Traduzido para mais de 20 línguas, Cats estreou em Londres em 1981 e por muito tempo foi sinônimo de teatro musical. A obra foi inspirada por poemas do escritor T.S Eliot.

O curioso é que esses poemas escritos nos anos 20 ficaram esquecidos por longo tempo entre os pertences dos afilhados de Eliot. Os textos haviam sido feitos como presentes para as crianças e foram publicados apenas com estes já adultos. O autor não chegou a ver o musical em vida, mas sua viúva, Esme Valerie Eliot, se encantou pela prévia de Webber. Terminou presenteando o teatrólogo com um poema inacabado. “Grizabella: the glamour cat” foi usado pelo compositor para a marcante abertura do espetáculo.

Quais ferramentas podem ser utilizadas no processo de inclusão social?

 

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Afinal: o que é cultura?

Quando se fala de cultura, temos a tendência de relacionar esse conceito com alguma forma de erudição. Como se conhecimento acadêmico ou artístico fosse sinônimo de cultura. O problema desse pensamento é que além de elitista, ele tende a reduzir o conceito a uma definição simplista. É uma linha de pensamento que está na base, por exemplo, do preconceito à cultura popular. Como se essa fosse naturalmente inferior às outras manifestações do gênero.

O que dizem os estudiosos

Para os antropólogos, a cultura é um todo complexo que envolve não apenas a arte e nossos conhecimentos, mas também nossos costumes morais e leis. Nesse sentido, esse todo completo também inclui nossos hábitos enquanto grupo humano. É aquilo que fica explícito, por exemplo, quando comparamos os costumes ocidentais e orientais. Admitindo, é claro, que colocar todo o oriente e todo o ocidente em uma única categoria é um ato de generalização. O que funciona, no entanto, como exemplo de rápida assimilação.

Retomando o raciocínio, cultura e costumes se entrelaçam. É por isso que alguns autores creem que a cultura é condicionante de nossa visão de mundo. Funcionando como uma lente por onde enxergamos e interpretamos aquilo que há ao nosso redor. Mas é importante apontar que o nosso modo de ver não é superior ou mais acertado do que outros modos. Porque as interpretações de mundo que nos parecem estranhas, também são cultura. Em um planeta com mais de 7 bilhões de habitantes a diversidade é a palavra de ordem.

Toda cultura possui sua lógica interna. Não podemos impor aquilo que conhecemos à outra cultura. E isso porque ela vai funcionar de acordo com as suas próprias regras. Não é admissível hoje agir como os colonizadores europeus de antigamente, que hierarquizavam as culturas para justificar o seu domínio. É preciso que a diferença seja vista dentro desse escopo da alteridade, e não como uma análise qualitativa. Valorizemos as características próprias das diferentes visões de mundo, pois não há um modo de viver superior a outro.

O fenômeno da globalização

Com a globalização todos estamos expostos às chamadas culturas dominantes. Que por vezes impõem o seu modo de vida sobre sociedades com visões de mundo diferentes das suas. Mas ao mesmo tempo, se utilizarmos esse fenômeno de forma positiva, teremos acesso à diversidade como nunca antes. É preciso utilizar essa oportunidade para aprender sobre a diferença e exercitar a tolerância.

Também devemos reconhecer que todo sistema cultural está em mudança. Em alguns casos o processo é mais lento e em outros mais rápido. O que vale é que nada no campo cultural está estático. É importante ter isso em vista para não transformarmos nosso modo de viver em um dogma, uma das maiores fontes de preconceito e intolerância.

Conclusão

A cultura é um conceito muito amplo, e não se resume à erudição e ao estudo. Todos os aspectos da nossa existência vão ser perpassados por esse elemento. E não podemos menosprezar ou diminuir nenhuma visão de mundo, seja as que existem na nossa proximidade imediata ou em sociedades longínquas. Pois mais do que um conceito, a cultura é um elemento que faz parte da vida em sociedade. Seja essa como for. Pode não ser fácil resumir a cultura em uma única frase. Mas compreender a importância de respeitar sua variedade de manifestações, não é uma tarefa difícil, pois a diversidade inegavelmente faz parte da cultura.