Vida e obra de Luiz Gonzaga

Luiz Gonzaga foi um músico brasileiro que ficou conhecido pelo apelido de “Rei do Baião”. Nasceu em 13 de dezembro de 1912, na cidade de Exu, no sertão de Pernambuco.

Luiz Gonzaga era um dos oito filhos de Januário José dos Santos e Ana Batista de Jesus. Mestre Januário, como o pai de Luiz era conhecido, também era músico e tocava sanfona, o que certamente serviu de inspiração para o menino desde muito pequeno. Como era de se esperar, Luiz Gonzaga começou a trabalhar na roça muito cedo para ajudar a família, ao mesmo tempo em que começou a sentir apreço pela música e pela sanfona. Ele também ajudava o pai em pequenas apresentações pela cidade.

Aos 13 anos, Luiz Gonzaga comprou a primeira sanfona e com ela começou a se apresentar em casamentos e festas típicas regionais. Aos 18, resolveu servir ao exército e lá ficou por cerca de nove anos. Era o corneteiro da tropa, muito conhecido pelo talento que possuía.

Tentou fazer parte da orquestra do quartel, mas não obteve êxito. Em 1939, já fora do exército e morando no Rio de Janeiro, Luiz Gonzaga mandou fazer uma nova sanfona e com ela começou a tocar nas ruas da cidade para garantir algum dinheiro.

O começo no rádio

Luiz foi convidado para se apresentar em clubes e bares da cidade onde tocava os ritmos que eram exigidos pelo público como tango, valsa e foxtrote. Nessa época, os programas de calouros eram muito comuns e Luiz Gonzaga resolveu participar de um deles. No entanto, não obteve uma boa votação.

Estimulado a tocar aquilo que realmente sabia e gostava, que era o forró, Luiz Gonzaga começou a ser aplaudido nos locais em que se apresentava. Repetiu o entusiasmo em um programa de rádio chamado “Vira e Mexe” e tirou o honroso primeiro lugar.

Depois disso, a vida do rei do baião começou a mudar de verdade. Fez parcerias com músicos conhecidos na época e gravou o seu primeiro disco como sanfoneiro, tocando as músicas nordestinas que tanto amava. Passou a incluir nos shows outros instrumentos típicos do Nordeste como a zabumba e o triângulo.
Luiz Gonzaga fez carreira no rádio, dentro e fora do Brasil. Viajou o país inteiro fazendo apresentações e cantando para convidados ilustres como o Papa João Paulo II, na cidade de Fortaleza. Convidado pela cantora Nazaré Pereira, o músico fez show em Paris, na capital francesa.
Suas músicas foram regravadas por Caetano Veloso, Gilberto Gil e Geraldo Vandré – jovens artistas em ascensão. O rei do baião compôs mais de 500 músicas e gravou 56 discos.

Luiz Gonzaga e a família

Logo que começou a trabalhar no Rio de Janeiro, mais precisamente na Rádio Nacional, Luiz Gonzaga se apaixonou por Odaléia Guedes, cantora e dançarina. O casal teve um filho juntos, a quem deram o nome de Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, que ficou conhecido como Gonzaguinha, que também se tornou músico.

Poucos anos depois, com a morte da primeira mulher, Luiz casou-se com uma professora pernambucana chamada Helena Cavalcanti.

Em 1989, em decorrência das complicações de um câncer, Luiz Gonzaga faleceu. A sua obra, no entanto, permanece viva até os dias atuais. Suas canções são reconhecidas nacionalmente e internacionalmente. É dele a música que representa o sofrimento e a garra do povo nordestino intitulada “Asa Branca”.
Outros grandes sucessos de Luiz Gonzaga são:
• Luar do Sertão
• Súplica Cearense
• A Triste Partida
• Xote das meninas
• No Ceará não tem disso não
• Dezessete e Setecentos
• Olha pro céu
• Último pau de arara
• Dança Mariquinha
• Cintura fina

A obra e vida de Luiz Gonzaga são, sem dúvidas, motivos de orgulho não só para o povo nordestino, que se viu conhecido e reconhecido internacionalmente, mas também para todos os brasileiros.


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Gaita, acordeon e sanfona: qual a diferença?

Vida e obra de Milton Nascimento

Dono de uma trajetória que marcou a Música Popular Brasileira, o compositor, intérprete e instrumentista Milton Nascimento, também conhecido pelo apelido de Bituca, teve sua infância marcada por episódios tristes. Nascido no dia 26 de outubro de 1946, no Rio de Janeiro, ele não tem sobrenome paterno no registro – o pai abandonou sua mãe, a doméstica Maria do Carmo Nascimento, ainda grávida.

Apesar dos esforços para criar o filho sozinha, Maria do Carmo Nascimento morreu quando o filho ainda tinha dois anos, com depressão e vítima de tuberculose. Foi então que Milton passou a ser cuidado pela avó, que trabalhava para a família da professora de música Lília Silva Campos, uma mulher recém-casada e com dificuldades para engravidar.

Lília, que convivia com Milton, se apegou a ele e o pediu em adoção. A avó, então, decidiu entregar o menino, desde que seu nome de batismo não fosse alterado e ela pudesse receber a visita dele. Assim, Milton Nascimento ganhava uma nova família e uma nova cidade do coração: Três Pontas, em Minas Gerais, para onde se mudou após ser adotado.

Milton Nascimento tem mais dois irmãos, ambos adotados por Lília e seu marido, o então bancário, professor de matemática e funcionário de uma rádio em Três Pontas, Josino de Brito Campos.

A música

Criado em um ambiente musical, Milton Nascimento aprendeu na infância a tocar sanfona de dois baixos. Ainda jovem, criou um grupo musical ao lado de Wagner Tiso, com quem passou a morar em Alfenas, também em Minas Gerais, e a participar da banda W’s Boys.

No início dos anos 1960, mudou-se para Belo Horizonte e, novamente com Tiso, criou o conjunto Holiday – com essa banda gravaram um compacto duplo assinado pela Dex Discos. Nessa mesma época, conhece Paulinho Braga, com quem atua no Berimbau Trio, e Marilton Borges, com quem dá início ao Evolussamba – com este último grupo, passa a frequentar a residência da família Borges, onde conhece Lô Borges, Fernando Brant e Beto Guedes, seus futuros companheiros do lendário Clube da Esquina.

Carreira

Já totalmente dedicado à carreira como músico, Milton Nascimento viaja para São Paulo, em 1966, onde se destaca com o quarto lugar no 2º Festival da MPB da TV Excelsior, ao interpretar Cidade Vazia, de Baden Powell e Lula Freire. Na mesma época, conhece Elis Regina e Agostinho dos Santos.

Em 1967, após brilhar em concursos musicais, grava seu primeiro disco, “Travessia”, acompanhado do Tamba Trio. Em 1969, lança os LPs “Courage” e “Milton Nascimento”. Já na década de 1970, lança os volumes “Milton”, e “Clube da Esquina”, em 1972, que marca o início do movimento homônimo que coloca Minas Gerais em destaque na MPB e tem a participação de Lô Borges. Em 1978, o Clube da Esquina ganha seu segundo disco.

Consagrado como um dos maiores nomes da MPB e reconhecido mundialmente, Milton Nascimento gravou mais de 30 discos ao longo de sua trajetória e é o autor de algumas das mais famosas canções brasileiras, como “Coração de Estudante” e “Maria Maria”. Sua carreira ficou marcada também por parcerias, como as estabelecidas com Gilberto Gil, em 2000, que resultou no disco “Gil e Milton: Um Encontro Histórico”; e com Caetano Veloso, em 2005, para a produção da trilha sonora do filme “O Coronel e o Lobisomen”. É um admirador de Elis Regina e, em 2002, gravou com a filha dela, Maria Rita, o disco Pietá.


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Curiosidades incríveis sobre a música brasileira

Vida e obra de César Guerra-Peixe

Infância e início dos estudos

Fluminense nascido em 1914, César Guerra-Peixe, compositor, violinista, regente e arranjador, é uma importante figura do cenário musical brasileiro. Sua cidade natal é Petrópolis, no Rio de Janeiro. Foi lá que ele começou seus estudos na música, na Escola de Música Santa Cecília. Junto ao professor Gao Omacht, formou-se em violino aos 16 anos. Nessa época, ele também compôs sua peça inaugural, “Otilia” e começou a escrever arranjos musicais a partir de então.

Anos depois, já em 1932, César decide se matricular no Instituto Nacional de Música do Rio de Janeiro, na capital, dando continuidade aos seus estudos de violino. Dois anos mais tarde, em 1934, o músico decide se mudar para o Rio, onde também passa a ter aulas de composição e instrumentação no Conservatório Brasileiro de Música, pelo qual se forma compositor em 1943.

Surgimento e consolidação da carreira musical

É durante esse período, na capital fluminense, que César Guerra-Peixe começa a consolidar sua carreira musical. Exercendo a função de orquestrador na Rádio Tupi, Guerra-Peixe apresenta sua primeira composição sinfônica. Algum tempo depois, enquanto fazia parte do grupo Música Viva, ele compõe a “Sinfonia nº1”, obra dodecafônica tocada pela Orquestra da BBC de Londres, o que gerou reconhecimento internacional a sua carreira.

No ano de 1953, Guerra-Peixe muda-se para São Paulo, trabalhando com o renomado professor Rossini Tavares de Lima e compondo obras como a “Suíte Sinfônica nº1 “Paulista”” e a “Suíte Sinfônica nº2 “Pernambucana””, além do “Ponteado” e o “Pequeno Concerto para piano e orquestra”. Fez pesquisas por cidades do interior paulista, prestando atenção em ritmos populares como o jongo, as modas de viola, os sambas rurais e as congadas.

Foi chamado pelo maestro alemão Hermann Scherchen para residir na Suíça, porém ele preferiu declinar o convite para trabalhar em uma rádio pernambucana, o que fez com que acabasse tendo mais contato com os temas folclóricos nordestinos. Nesse período de profissão na rádio veio a escrita do livro “Maracatus do Recife”, que foi publicado em 1955.

Outro fato importante de se destacar é que o músico também teve proeminência na área do cinema. Ao longo de sua carreira, compôs trilhas sonoras para filmes como por exemplo “O Canto do Mar” (1953), de Alberto Cavalcanti, “Batalha dos Guararapes” (1978), de Paulo Thiago, e “Terra é sempre Terra” (1950), de Tom Payne, entre outras.

De volta ao Rio de Janeiro, em 1962, tornou-se violinista da Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio MEC. Nesse período, Guerra-Peixe tornou-se também professor de composição musical. No ano de 1968, criou a Escola de Música Popular do Museu de Imagem e do Som do Rio de Janeiro – ele deu aula para alunos que posteriormente passariam a ter destaque no cenário da música brasileira, como Baden Powell, Formiga, Sivuca, Jorge Antunes e Rildo Hora.

Guerra-Peixe passou a atuar profissionalmente como arranjador em várias rádios e emissoras de TV, como a TV Tupi, TV Globo, TV Paulista e Rádio Nacional. Fez também o arranjo da música “Pra frente, Brasil” para a seleção brasileira na Copa de 1970. Um ano depois, em 1971, foi eleito para a Academia Brasileira de Música.

Por ter tido uma obra extensa e renomada, César Guerra-Peixe recebeu prêmios de reconhecimento ao longo de sua carreira, destacando-se entre eles o Prêmio Golfinho de Ouro, do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro (1978), o Prêmio Shell (1986) e o Prêmio Nacional de Música, do Ministério da Cultura, consagrando-o em 1993 como o “maior compositor brasileiro vivo”.


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