Sambas-enredo que entraram para a história

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4 sambas-enredo que entraram para a história

O Carnaval é uma das manifestações culturais mais importantes do Brasil. E é através dos desfiles que parte da nossa História é contada, nas letras dos sambas-enredo. Essas composições podem homenagear figuras importantes, denunciar mazelas e celebrar as belezas do país.

Muitas dessas canções marcaram época e até saíram da avenida, recebendo versões de cantores de diferentes gêneros musicais. No artigo de hoje, citaremos algumas delas. Confira abaixo 4 sambas-enredo que entraram para história.

“Xica da Silva” (Acadêmicos do Salgueiro, 1963)

Escrito por Noel Rosa de Oliveira e Anescarzinho e levado à avenida pelo carnavalesco Arlindo Rodrigues. Esse samba-enredo deu ao Salgueiro seu segundo título no carnaval carioca e marcou época no primeiro desfile na Avenida Presidente Vargas.

Na década de 1960, a Escola resolveu homenagear personalidades negras importantes e que não eram tão conhecidas do grande público. Foi com esse intuito que o enredo sobre Chica da Silva, ex-escrava que chegou à alta sociedade, foi escolhido. Essa foi a primeira vez que uma personagem feminina foi tema central no carnaval do Rio.

Além disso, o Salgueiro inovou, também, trazendo a primeira ala coreografada da história do Carnaval nesse desfile. “O Minueto” teve coreografia criada pela primeira bailarina negra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Mercedes Baptista.

O samba-enredo e o desfile homenageando Chica da Silva foi inspiração para o filme sobre a personagem, dirigido por Cacá Diegues, em 1976.

Com a influência e o poder do seu amor / Que superou a barreira da cor / Francisca da Silva, do cativeiro zombou / No Arraial do Tijuco / Lá no Estado de Minas.

“Aquarela Brasileira” (Império Serrano, 1964)

Escrito por Silas de Oliveira, com interpretação de Carmem Silvana, esse samba-enredo foi baseado em “Aquarela do Brasil” de Ary Barroso. A música sem refrão, com letra descritiva e versos longos é um dos principais exemplares do estilo “samba de lençol”.

A canção exalta a natureza e a cultura de diferentes regiões do Brasil e foi aclamada pelo público e imprensa. Ainda hoje, esse é considerado um dos melhores sambas-enredo de todos os tempos, recebendo regravações de diversos artistas populares. Elza Soares, Elis Regina, Martinho da Vila, Beth Carvalho, Emílio Santiago, Zeca Pagodinho, Leci Brandão e Arlindo Cruz são alguns exemplos.

Apesar de “Aquarela Brasileira” ser um samba-enredo histórico, a Império Serrano não venceu o carnaval de 1964. A Escola ficou em 4º lugar naquele ano. A verde e branco resolveu fazer uma reedição desse clássico em 2004, dessa vez no Grupo Especial, chegando à nona colocação.

Vejam esta maravilha de cenário / É um episódio relicário / Que o artista num sonho genial / Escolheu para este carnaval / E o asfalto como passarela / Será a tela do Brasil em forma de aquarela.

“Os Sertões” (Em Cima da Hora, 1976)

Esse samba-enredo é uma composição de Edeor de Paula e foi levado à avenida pelo carnavalesco Sebastião Souza de Oliveira. A canção foi inspirada pelo livro “Os Sertões”, de Euclides da Cunha. Narrando a história dos sertanejos na Guerra de Canudos, a letra cita a seca, miséria e exalta a força desses homens.

O samba da Em Cima da Hora é bastante prestigiado, inclusive, vencendo o Estandarte de Ouro, em 1976, como melhor samba-enredo. Apesar disso, o desfile da Escola ficou em 13º lugar e levou a azul e branco ao rebaixamento naquele ano.

A música ainda é muito lembrada e marcou a história do Carnaval do Rio e do país, como um todo. Foi regravada em outra versão pelo cantor Fagner, em 1997.

Foi no século passado / No interior da Bahia / O Homem revoltado com a sorte / Do mundo em que vivia / Ocultou-se no sertão / Espalhando a rebeldia / Se revoltando contra a lei / Que a sociedade oferecia.

“Kizomba, a Festa de uma Raça” (Unidos de Vila Isabel, 1988)

O samba-enredo que tornou Vila Isabel campeã pela primeira vez foi escrito por Rodolpho, Jonas e Luiz Carlos da Vila. A canção foi interpretada por Gera e Jorge Tropical.

Idealizado pelos carnavalescos Milton Siqueira, Paulo César Cardoso e Ilvamar Magalhães, esse desfile entrou para a história por vários motivos. O uso de materiais alternativos (como palha e sisal) e incomuns na avenida foi algo que chamou atenção. Também, a letra homenageando a influência dos negros na cultura e religiões do Brasil é considerada uma das mais bonitas do carnaval.

Posteriormente, a música ganhou versões dos cantores Martinho da Vila (que criou o enredo para a Vila) e Emílio Santiago.

Que magia/ Reza, ajeum e orixás / Tem a força da cultura / Tem a arte e a bravura / E um bom jogo de cintura / Faz valer seus ideais / E a beleza pura dos seus rituais.

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Choro e Samba


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Saiba qual foi o papel das mulheres negras no rock

[vc_row][vc_column][vc_column_text]Há algum tempo, quando se falava em rock, a maioria das pessoas pensava apenas em Elvis Presley como o rei do gênero. Devido à segregação racial presente nos EUA , na década de 50, muitos nomes foram esquecidos ao longo da história, como o próprio Chuck Berry, cujos acordes definiram o que é rock.

Não só homens negros foram invisibilizados, mas mulheres negras também. Continue a leitura e surpreenda-se!

Mulheres negras desde o início

Criou-se um imaginário onde o rock foi feito por homens e para os homens. Não existe ideia mais errada. Você sabia que uma mulher negra surgiu com o rock antes mesmo de Chuck Berry? Pois é, o nome dela era Sister Rosetta Tharpe. Ela é apenas uma das muitas mulheres negras que tiveram papéis importantíssimos no cenário do rock durante muitos anos.

Rosetta Tharpe representa o início de tudo por ser da década de 30. Filha de uma pastora evangélica, cresceu cantando música gospel e tocando guitarra desde muito cedo, se destacou por ser uma das poucas mulheres negras a dominar o instrumento, fechou contrato com uma gravadora grande da época e influenciou grandes nomes, incluindo o próprio Elvis.

Outras poderosas influências foram surgindo ao longo do tempo, moldando muitos estilos de rock que conhecemos e amamos hoje em dia. LaVern Baker e Big Mama Thornton contribuíram bastante para a mistura clássica de R&B ou blues com rock, impulsionando carreiras marcantes, como a de Janis Joplin. Lady Bo deixou sua marca revolucionando a forma de tocar uma guitarra nos anos 50 e Tina Bell fundou a primeira banda grunge nos anos 80.

E esses são apenas alguns dos nomes! Muitas mulheres negras, em carreira solo ou acompanhadas por suas bandas, inspiraram não só a criação do gênero, mas muitas das mudanças que ocorreram, porém com pouco ou nenhum reconhecimento.

Reconhecimento histórico

Apesar de todas as mudanças que vivemos, muitas mulheres negras ainda lutam pelo seu lugar ao sol no mundo do rock principalmente, mas a maioria das pioneiras morreu esquecida. Big Mama Thornton morreu sozinha em 1984, Lady Bo, que morreu em 2015, é pouco lembrada pela história do gênero e possui poucos registros do seu trabalho, assim como Tina Bell que faleceu em 2012 sem o merecido reconhecimento.

Felizmente as coisas estão mudando e muito está sendo resgatado, lembrado e honrado para que muitas delas não sejam mais esquecidas. Fora da ótica racista, diversas partes da história estão sendo reconstruídas e a história da música não fica de fora!

Inspiração para o futuro

Mulheres com personalidades definidas, focadas e apaixonadas por música. É impossível não se inspirar, afinal, em muitos casos, elas lutaram contra homens que não as levavam a sério e contra uma sociedade extremamente racista que estava pronta para virar as costas.

Persistiram e se dedicaram aos seus talentos, trilharam caminhos únicos e marcantes para o rock com suas vozes potentes ou sua criatividade instrumental. Sem as mulheres negras, o rock provavelmente teria outra cara, outros acordes e uma história totalmente diferente.

Elas viveram a alma do rock: pura atitude!

Saiba qual o estilo musical mais escutado ao redor do mundo


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Qual é a origem das músicas de funk no Brasil?

[vc_row][vc_column][vc_column_text]O funk é, sem sombra de dúvidas, um dos estilos musicais que mais representa a cultura do país na atualidade.

Retratando a realidade das periferias e dando voz e oportunidades a jovens cantores e compositores que, até então se encontravam à margem da sociedade, o funk se tornou um dos ritmos mais populares e queridos dos brasileiros – principalmente os mais jovens – e mais tocados nas rádios e em produções audiovisuais.

Hoje em dia, o funk brasileiro, com artistas como Anitta e Ludmilla, conquistou o mundo, mas não foi sempre assim. A verdade é que as músicas de funk no Brasil também têm origens e influências da cultura internacional.

É sobre isso que vamos falar agora:

Origem do funk no Brasil

Para começar a recontar as origens das músicas de funk no Brasil é preciso voltar ao final dos anos 50 e início dos anos 60, quando músicas do estilo soul, rhythm and blues e até mesmo o gospel americano chegaram ao Brasil e começaram a influenciar o gosto musical por aqui.

Na década de 70, as produções nacionais inspiradas em tais ritmos começaram a movimentar os bailes das áreas mais nobres do Rio de Janeiro, em bairros da Zona Sul, como Leblon e Ipanema.

Porém, com o surgimento da MPB, o funk brasileiro, ainda muito influenciado por produções internacionais – com batidas aceleradas, letras mais erotizadas e totalmente em inglês – ganhou o subúrbio carioca e, em pouco tempo, do Brasil, embalando o movimento black em todo o país.

Funk puramente brasileiro

Após conquistar as periferias do país e, principalmente as do Rio de Janeiro, o funk se tornou um estilo puramente brasileiro, quando, em meados da década de 80, um dos pioneiros do gênero, o DJ Malboro, adicionou a bateria eletrônica à batida da música, assim como as letras exclusivamente em português, retratando, fundamentalmente, a realidade das favelas brasileiras.

Ao longo dos anos, o ritmo foi sendo cada vez mais aceito pela população, deixando de ser apenas o som das favelas, para ganhar as rádios e consagrar diversos artistas da área como Claudinho e Bochecha, Mc Marcinho e Mc Koringa, grandes nomes do funk melody, passando pelo funk ostentação de Mc Guimê, até chegar aos principais nomes da atualidade como Lexa e Mc Kevinho.

Assim, o nosso funk, com produções inteiramente nacionais, se consolidou como parte da cultura do país e, hoje, ganhou projeção internacional, através do funk misturado com o pop, representado por artistas como Anitta e Ludmilla, que chegaram a gravar canções com grandes nomes da música mundial como Snoop Dogg e Madonna.

Funk e cultura

Apesar de, até hoje, ainda sofrer preconceito por causa de suas origens, sendo um ritmo produzido e voltado pela e para a periferia, o funk se tornou um dos gêneros musicais mais representativos da cultura brasileira, uma vez que, suas letras falam da realidade periférica através de mensagens acessíveis, de fácil concepção, com forte teor social, além de ser um estilo consagrado por dar voz aos que até então eram considerados excluídos.

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Música: Arte ou entretenimento?


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